Milhares de pessoas marcaram presença no Rossio em Viseu, onde os carros foram interditados, pintando-o de vermelho e fazendo ecoar canções de amor ao Benfica, pela conquista da 38.ª título da I Liga de futebol.
Vestida a rigor, com camisola e cachecol de Benfica campeão 2022/23, a registar a conquista do 38.º campeonato, Maria de Lurdes Andrade assumiu à Lusa, que comprou “à confiança, porque é preciso acreditar e confiar”.
“Eu confio sempre no meu clube, porque o Benfica nunca perde, ou ganha ou aprende qualquer coisa”, justificou Maria de Lurdes Andrade, que, desde que se lembra, festeja os campeonatos do clube “sempre no Rossio, depois de dar umas voltas de carro”.
Nascida numa família de sportinguistas, ficou adepta do Benfica “só para ser do contra”, mas “depressa” ficou, “porque o clube só dá alegrias” e “têm sido muitas” ao longo das suas “dezenas de anos”.
Maria de Lurdes Andrade parou no Rossio depois de “queimar algum gasóleo” pela cidade a buzinar, depois “começou a ficar muito trânsito” e estacionou, mas a praça central da cidade já tinha adeptos durante o jogo.
A Praça da República, comummente chamada de Rossio, em Viseu, é palco, todos os anos, dos festejos do clube campeão e, o único café do largo encheu-se de adeptos para ver o jogo. Após o apito final, em menos de um minuto a esplanada ficou limpa.
“Tem de ser, por razões de segurança, se não acabava a noite sem mesas e cadeiras”, justificou o gerente Filipe Ferreira, que admitiu à agência Lusa ter “pedido um reforço de barris de cerveja” para vender na noite de hoje.
Anabela Oliveira, uma adepta de “águia [de borracha] ao peito”, disse não faltar a “nenhum festejo do Benfica” desde que se lembra, assim como a família Fernandes Santos, que, mesmo com chuva e dois filhos pequenos, compareceu no Rossio.
“A chuva faz muita falta e é necessária e abençoa a festa. Festa molhada é festa abençoada”, defendeu Fátima Fernandes, que não arredou pé, mesmo quando a chuva começou a ser mais forte.
O marido Pedro Santos, com o pequeno Francisco de quatro anos ao colo, e acompanhado pelo Matias, de nove, dizia que “os filhos têm de sentir desde cedo o que é festejar as vitórias” do Benfica.
“O Benfica é o nosso grande amor. Primeiro é a família, mas logo a seguir é o Benfica”, reagiu Pedro Santos, enquanto contava que “o Francisco já participou da festa do último campeonato, era recém-nascido”.
“Mas eu lembro-me bem”, acrescentou Matias Santos, que disse à agência Lusa que “ser benfiquista não é uma paixão de família, tem influência, mas também já é por opção, é uma referência”.
No centro da cidade, pintado de vermelho, quer pelo equipamento, bandeiras ou fumos, não faltaram músicas do clube nem: “Eu amo o Benfica”, vezes e vezes sem conta, entoado de forma melódica.
A minutos de acabar o jogo, a Polícia de Segurança Pública (PSP) vedou o acesso rodoviário ao Rossio, que acolheu milhares de pessoas e nem a chuva, que começou a cair uma hora depois, os demoveu e as ruas de acesso foram invadidas por buzinas de automóveis.
À agência Lusa, o responsável da PSP pela segurança das festividades, disse que “o número de efetivos foi reforçado para esta noite” e, até às 22:00, “foi registado um ou outro caso de uso de pirotecnia”.
“Pontualmente fomos identificando uma ou outra pessoa e apreendemos o respetivo material pirotécnico. Até ao momento nada mais houve a registar”, assinalou o comissário Paiva.
Lusa
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