Música e teatro marcam a programação deste trimestre da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), onde o 25 de Abril e o centenário de Natália Correia fazem parte dos destaques, anunciou hoje esta estrutura.
“Abrimos com a exposição ‘Membrana’ do Coletivo Barda e já se liga à comemoração do 25 de Abril, que é um período de festa. E para celebrar a data vamos ter o ‘Cantigas de Maio’ com um conjunto de músicas do período da Revolução”, anunciou um dos diretores da ACERT, Pompeu José, no encontro com a imprensa.
Este responsável sublinhou que a programação deste trimestre fica “encaixada entre dois grandes acontecimentos” da ACERT: a Queima do Judas, no primeiro fim de semana de abril, e o Tom de Festa, agendado para julho.
“É um momento para estarmos juntos”, prosseguiu. “Depois do encontro na Queima do Judas, esta é uma oportunidade para antes ou depois do concerto [‘Cantigas do Maio’] partilharmos ideias e, se possível, com cidadãos estrangeiros para falar sobre isto que foi o nosso 25 de Abril”.
“Cantigas de Maio” reúne no mesmo palco André Santos, Bernardo Moreira, João Neves e Ricardo J. Dias a interpretar “grandes autores” como, por exemplo, Fausto Bordalo Dias, Vitorino Salomé, Sérgio Godinho e José Mário Branco.
Em destaque também está a noite reservada à Orquestra de Cordas do Conservatório de Música e Artes do Dão, com Samuel Úria. No entender de Pompeu José, “não será só um concerto, será um reencontro” em 20 de maio.
“Será um encontro bastante agradável com alguém que tem ligações a esta casa, desde muito novo. Temos tentado provocar surpresa quer a uns, quer a outros e o desafio agora é este encontro que só pode ser agradável para os elementos da orquestra, como para o Samuel ou para quem vier assistir”, defendeu.
No campo do teatro, continuou, vai subir ao palco “O Botequim”, “um nome provisório, mas que deverá ficar”, admitiu, numa criação do Trigo Limpo Teatro ACERT em parceria com o grupo de teatro dos Açores Cães do Mar, que remete para o lugar de tertúlia da escritora Natália Correia, em Lisboa.
A peça será representada pelos grupos de teatro amador destas duas companhias, o A Ver, de Tondela, e a Matilha, por parte da companhia açoriana que farão dois espetáculos sobre a Natália Correia, a propósito do centenário do seu nascimento.
“Em maio vem cá um grupo de seis ou sete pessoas para fazer aqui um espetáculo e, em novembro, irá um grupo daqui, também de seis ou sete pessoas a Angra do Heroísmo, origens de Natália Correia, fazer um espetáculo lá”, adiantou.
Natália Correia nasceu a 13 de setembro de 1923 em Fajã de Baixo, na Ilha de S. Miguel, nos Açores, e morreu a 16 de março de 1993, em Lisboa.
Ainda no teatro, Sofia Moura destacou “A História das Coisas”, do grupo viseense Mochos no Telhado, que apresenta um espetáculo inspirado no livro com o mesmo nome, de Annie Leonard.
“O Ensaio” é levado à cena pelo grupo de teatro do agrupamento de Escolas de Tondela, Na Xina Lua (28 de abril), na qual “os atores vão refletir sobre o teatro, o género e a discriminação durante um ensaio e que poderá mudar todo o espetáculo”, explicou o responsável da ACERT.
O Teatro do Montemuro, em 06 de maio, sobe ao palco com o “Comer pela calada”, num espetáculo que fará “viajar o público aos anos [19]50, numa altura em que a pobreza rural era uma certeza”.
Em junho, e com o encerramento para obras do Teatro Nacional Dona Maria II, no âmbito da “Odisseia Nacional” da sala do Rossio de Lisboa, a ACERT terá no parque urbano de Tondela “uma porca gigante que tem muito a ver com o conceito do Trigo Limpo, o de agigantar animais e objetos”.
“É um objeto muito bonito de intervenção urbana, mas que também tem espetáculos a que se pode assistir dentro da barriga da porquinha”. Trata-se a “porquinha ‘OiNK’, conhecida como Glória”, acrescentou. Os espetáculos estão previstos para assinalar o Dia Mundial da Criança.
Da programação, “que foi a pretendida para esta altura”, como admitiu Pompeu José, fazem também parte espetáculos como “Time”, pelo Teatrão, de Coimbra, num espetáculo de dança, que conta com interpretação de Línga Gestual Portuguesa.
Da programação faz também parte “Aprender brincando ao teatro”, uma “oficina para crianças permanecerem na ACERT entre as 09:00 e as 18:00, com opção de almoçarem, para fazerem uma brincadeira sobre teatro e com uma apresentação final” de um espetáculo.
“Aprender brincando ao teatro é muito divertido, porque reparamos que, passados muitos anos, muitos dos miúdos que já fizeram aqui oficinas, continuam a frequentar a casa, conhecem os passos, sabem o que aqui acontece e isso dá-nos muita alegria”, sublinhou Pompeu José.
Para o bar da ACERT, disse, estão agendados espetáculos gratuitos com a presença da companhia Cris-is (13 de maio) a apresentar “Home”; do trio Pagú (07 de junho), de Espanha, composto por Alex Liberalli, Budda Guedes e Inúri Bispo; e de Zé Mágico (17 de junho) com o espetáculo “Open mic: ou truques de diário”.
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