Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegam no sábado à diocese de Lamego para prosseguirem a peregrinação por todas as dioceses portugueses até ao encontro de jovens de todos os continentes em Lisboa, no verão de 2023.
Os símbolos – a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani – terminaram no domingo a passagem pelo arquipélago dos Açores, e entram na diocese de Lamego, no sábado, quando se assinala também a Jornada Diocesana da Juventude, em São Domingos, Fontelo (Zona Pastoral de Armamar).
Na missa de encerramento da peregrinação dos símbolos pelas nove ilhas do arquipélago dos Açores, em Ponta Delgada, o bispo Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJLisboa2023, desafiou os jovens a terem “a capacidade de sonhar”.
“Temos jovens muito bons, mas também, por vezes, a tentação do patinho feio, de nos desvalorizarmos. Nós somos bons, mas temos de ter a capacidade de sonhar como pede o papa, sonhar alto e grande”, afirmou o bispo auxiliar de Lisboa, citado pela agência Ecclesia.
Os símbolos estarão em cada diocese nacional até à realização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023) cerca de um mês e a última a recebê-los será Lisboa.
Estes símbolos estiveram já, desde meados de 2021, em Angola, na Polónia e em Espanha, bem como nas dioceses portuguesas do Algarve, Beja, Évora, Portalegre-Castelo Branco, Guarda, Viseu, Funchal e Angra.
Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, informou a organização da Jornada.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.
“Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota sobre a JMJLisboa2023, acrescentando que “em 1985 esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.
“Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”.
Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.
“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescenta o documento divulgado pelo gabinete de comunicação da JMJLisboa2023.
A preparação da Jornada Mundial da Juventude que em 2023 se realizará em Portugal passará também por Santiago de Compostela, onde entre 03 e 07 de agosto se realizará a Peregrinação Europeia de Jovens.
A JMJLisboa2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do Parque das Nações, e será encerrada pelo Papa.
Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.
Todas as dioceses portuguesas vão receber uma réplica da Cruz da Jornada Mundial da Juventude.
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