A Federação Nacional da Educação (Fenprof) reúne-se em congresso entre sexta-feira e sábado, em Viseu, para discutir o futuro do setor e eleger o possível sucessor de Mário Nogueira depois de 15 anos de liderança.
Sob o mote “A educação não pode esperar! Combater desigualdades, valorizar a profissão”, o 14.º Congresso Nacional dos Professores vai juntar mais de 650 delegados sindicais para debater os atuais problemas do setor e a ação reivindicativa para o triénio 2022/2025.
Um dos principais momentos será a eleição da nova direção da estrutura sindical, que poderá contar com um novo secretário-geral depois de, em 2019, Mário Nogueira ter sido reeleito para aquele que disse, na altura, ser o seu último mandato.
Se a decisão se mantiver, o seu sucessor é eleito no sábado e será o quarto secretário-geral da história Fenprof, mas ainda não são conhecidos candidatos.
Mário Nogueira foi eleito pela primeira vez em 2007, pelos seus mandatos passaram seis ministros e é o secretário-geral há mais tempo no cargo, depois de Paulo Sucena, que dirigiu a federação entre 1994 e 2007, e António Teodoro, fundador da Fenprof em 1983 e líder até 1994.
Além da eleição do Secretariado Nacional e dos conselhos Nacional e de Jurisdição, vão também ser discutidas e votadas propostas sobre a ação reivindicativa da organização sindical e o programa de ação para os próximos três anos.
Quanto ao programa de ação, vai estar em discussão uma segunda proposta subscrita por 239 associados, além do projeto proposto pelo secretariado nacional e subscrito pelos sete sindicatos representados pela Fenprof.
Com muitas das mesmas preocupações e soluções propostas para os problemas que identificam na educação e no ensino superior, o texto é, por outro lado, crítico da estrutura organizativa da Fenprof e do Conselho Nacional, que defende que seja “verdadeiramente representativo do congresso”.
O congresso vai reunir mais de 650 delegados, “dos quais 85% eleitos nas escolas pelos docentes sindicalizados”, de acordo com informações divulgadas pela estrutura sindical, que antecipou também a presença de 32 convidados de organizações de 16 países, que participam hoje num seminário internacional organizado pela Fenprof, no Porto.
Em destaque vão estar temas como a recuperação das aprendizagens e o combate às desigualdades acentuadas pela pandemia de covid-19, o problema da falta de professores, a necessidade de melhorar as condições de trabalho dos docentes e do reforço de investimento no setor.
A cerimónia de entrega do prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, instituído pela Fenprof, e que em 2021 distinguiu a obra “Livro de Vozes e Sombras”, do escritor João de Melo, vai decorrer durante o congresso.
O encerramento dos trabalhos acontece ao final da tarde de sábado, com a presença da secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
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