O presidente da Câmara de Mangualde, Marco Almeida (PS), diz aguardar “com serenidade” os estudos sobre as duas áreas com potencial de existência de lítio que abrangem o seu concelho.
“Estaremos sempre atentos e sempre na defesa das pessoas e dos interesses desta região”, disse o autarca à agência Lusa, sublinhando que, para já, apenas foi viabilizada a pesquisa e prospeção daquele mineral.
O concelho de Mangualde, no distrito de Viseu, é abrangido pelas áreas denominadas “GUARDA-MANGUALDE W” (que inclui também Gouveia, Seia, Penalva do Castelo, Fornos de Algodres e Celorico da Beira) e “GUARDA-MANGUALDE NW” (que abrange também os municípios de Viseu, Sátão, Penalva do Castelo, Seia e Nelas).
“Nada nos garante que no concelho de Mangualde se passe para a fase seguinte, que se passe para a exploração”, frisou o autarca socialista, considerando que ainda não há “informação suficiente para poder fazer uma avaliação correta”.
No seu entender, “é prematuro falar em benefícios ou prejuízos”, mas a posição do executivo “será sempre na defesa dos interesses das pessoas do concelho e do território”.
“Há falta de informação e há muito ruído na comunicação e nós não queremos tomar nenhuma posição tendo em conta que estamos munidos de pouca informação até ao momento”, acrescentou.
Só na posse dos resultados da Avaliação de Impacto Ambiental a que cada um dos projetos vai ser sujeito e dos pareceres da Agência Portuguesa do Ambiente é que Marco Almeida considera haver condições para tomar uma posição concreta.
“Até lá, todo o tipo de posição que possamos vir a tomar pode ser um erro”, afirmou.
A prospeção e pesquisa de lítio foi também um assunto hoje abordado na reunião da Câmara de Viseu.
Neste concelho estão identificadas duas zonas “muito pequenas, junto à barragem de Fagilde”, tendo o presidente do município, Fernando Ruas (PSD), afirmado que “não é motivo de preocupação e os viseenses podem ficar descansados, porque a Câmara não vai aprovar nada”.
“Oponho-me à prospeção do lítio, porque ao haver prospeção é meio caminho andado, ou é condição, para haver exploração e eu não permitirei que façam nada no meu concelho. Se for de caráter impositivo, manteremos a nossa oposição”, assumiu.
Fernando Ruas, que é também presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, disse que, nesta condição, terá “de colher a posição dos autarcas dos 14 concelhos”.
“E essa é que vai ser a posição que defendemos, contando que Viseu diz que não”, assegurou.
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