A direção do PSD considerou hoje existir “uma estratégia de afrontamento” por parte de algumas das distritais que já entregaram as suas propostas de listas de deputados à Comissão Política Nacional (CPN).
De acordo com fonte oficial da direção, essa estratégia passa por “manter os mesmos nomes” de há dois anos, e que apoiaram Paulo Rangel nas últimas diretas, e até “por excluir” os de apoiantes do presidente do PSD, Rui Rio, que foi reeleito no sábado com 52,4% dos votos.
A direção estranha ainda que se proponham nomes, como por exemplo, o presidente da distrital de Viseu, Pedro Alves, apoiante declarado de Paulo Rangel.
“O que é comum às listas já apresentadas é uma estratégia de afrontamento, apresentando-se nos primeiros lugares apoiantes de Paulo Rangel e até se excluindo os apoiantes do presidente Rui Rio”, aponta-se.
A mesma fonte salienta que, em entrevistas recentes depois de vencer as diretas, Rui Rio já referiu que “a competência e a lealdade” seriam critérios para a elaboração das listas”.
“Não vai haver nenhuma limpeza étnica, mas há pessoas que não são integráveis. Claramente disseram que não se reviam na estratégia, porque querem entrar agora?”, questiona a mesma fonte.
No entanto, só na reunião da Comissão Política Nacional haverá decisões públicas da direção sobre as propostas das distritais, e esta só se realizará na terça-feira, pouco antes do Conselho Nacional marcado para Évora, pelas 21:00, e no qual se votarão as listas.
Há dois anos, houve casos de distritais que se reuniram por mais do que uma vez com a direção, um cenário que dificilmente se repetirá devido ao calendário apertado.
O Conselho Nacional está marcado para a próxima terça-feira, com uma segunda data para dia 10 (caso a lista de deputados proposta pela direção ‘chumbe’ na primeira tentativa), com o objetivo de as listas serem entregues nos vários tribunais em 15 de dezembro.
O prazo limite para a entrega da lista de deputados para as legislativas de 30 de janeiro termina em 20 de dezembro, um dia depois de terminar o Congresso do partido, que se realiza entre 17 e 19 em Lisboa.
De acordo com os estatutos do PSD, compete às comissões políticas distritais “propor à Comissão Política Nacional candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Distritais e as Secções”.
À CPN, compete “aprovar os critérios para a elaboração das listas de deputados à Assembleia da República, nos termos do regulamento”, e ao Conselho Nacional aprovar as listas.
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