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André Ventura e Pedro Calheiros

Associação Olho Vivo considera “inadmissível” atitude de candidato do Chega a Viseu

De acordo com a Associação Olho Vivo, Pedro Calheiros, um militar da GNR na reforma, terá sido um dos agressores de um jovem de 26 anos.

A Associação Olho Vivo considerou esta quarta-feira “inadmissível” a atitude do candidato do Chega à Câmara de Viseu, por supostamente estar envolvido nas alegadas agressões de motivação homofóbica a um jovem, de 26 anos, naquela cidade, na semana passada.

De acordo com o Núcleo de Viseu da associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos, um dos agressores terá sido Pedro Calheiros.

“Esta atitude de um candidato a um órgão autárquico é inadmissível, uma vez que o artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa garante a igualdade e dignidade de todos os cidadãos, contra qualquer discriminação em razão de sexo, raça, território de origem e, entre outras condições, de orientação sexual”, adianta em comunicado.

Esperando que a alegada agressão leve todos os responsáveis autárquicos viseenses a declarar “tolerância zero à violência homofóbica”, a associação diz que “tem vindo a mostrar que é uma cidade respeitadora da liberdade de cada um[a] amar quem quiser, ao acolher pacificamente e sempre com alegria as Marchas de Viseu pelos Direitos LGBTI+, que já vão na quarta edição”.

O Núcleo de Viseu da Associação Olho Vivo apela ainda “a todos os eleitores, em nome da dignidade e liberdade de todos os cidadãos e cidadãs, a não votarem, nas próximas eleições autárquicas, em partidos de extrema-direita que já deram sinais de violarem a Constituição da República Portuguesa com discursos de ódio e insultos racistas, xenófobos [contra migrantes] e homofóbicos, bem como nos partidos de direita que, ao se aliarem à extrema-direita, normalizam as forças ideológicas salazaristas e fascistas derrotadas no 25 de Abril”.

No sábado passado, o Chega anunciou que mantém “integral confiança” nos candidatos e estruturas local e distrital de Viseu, referindo que só se pronunciará sobre as alegadas agressões depois de apurados os factos pelas autoridades.

“O Chega tomou conhecimento de alegadas agressões, em Viseu, supostamente relacionadas com questões de orientação sexual. Os factos estão e certamente serão apurados pelas autoridades competentes, sendo que só nesse momento poderemos pronunciar-nos com propriedade sobre os mesmos”, afirmou o partido em comunicado.

Na mesma nota, o Chega revelou que “mantém integral confiança nos seus candidatos e na sua estrutura local e distrital, em Viseu, sendo certo e incontornável que rejeitará sempre quaisquer atos de violência, seja quais forem os motivos subjacentes”.

De acordo com semanário Expresso, militantes afetos à candidatura do Chega à Câmara Municipal de Viseu envolveram-se, ao final da tarde de quarta-feira, “num episódio de violência contra um cidadão homossexual, quando este estava num café, junto à sede do partido”.

Fonte policial disse ao Expresso que as alegadas agressões ocorreram depois de provocações por parte dos agressores. Uma testemunha ouvida pelo semanário explicitou que o candidato do Chega à autarquia de Viseu, Pedro Calheiros, tentou “serenar os ânimos”.

A vítima alertou a PSP, que identificou os alegados agressores, acrescentou o Expresso.

 

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