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Vinha e vinho do Dão em conferência internacional

A sustentabilidade da vinha e do vinho do Dão, nas suas múltiplas dimensões, é o foco de uma conferência internacional organizada pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão.

“A sustentabilidade não se limita à componente ambiental, também tem as componentes económicas e sociais e é nessa ótica alargada que vamos debater a problemática da sustentabilidade na fileira do vinho, que inclui o vinho e a vinha”, adiantou Arlindo Cunha.

O presidente da CVR Dão explicou à agência Lusa que a sustentabilidade “inclui a produção de uvas e a forma como se trata as vinhas, se produzem as uvas e como é que a adega é organizada, como é que é o consumo de água, de energia, todo esse tipo de questões”.

Uma sustentabilidade que dá mote a uma conferência internacional no dia 21, no Instituto Politécnico de Viseu, parceiro da CVR Dão nesta iniciativa que tem como objetivo “discutir esta problemática toda nas suas múltiplas dimensões”.

Arlindo Cunha adiantou que, ao longo da conferência, os participantes vão fazer uma “análise comparativa com casos de sucesso internacional e também uma análise de um único plano que existe em Portugal, o do Alentejo”.

“O Alentejo há meia dúzia de anos começou um plano de sustentabilidade na vinha e ainda é o único no país. Preparámos esta conferência no quadro de preparação do nosso plano de sustentabilidade na região demarcada do Dão, que estamos a elaborar”, anunciou.

Arlindo Cunha contextualizou este plano de sustentabilidade nesta era das “questões das alterações climáticas e a problemática da sustentabilidade que é mais vasta que a parte ambiental, está na ordem do dia e é incontornável”.

“A União Europeia publicou recentemente o chamado “green deal” (pacto ecológico) e nessa sequência todas as políticas comunitárias vão ser passadas a pente fino em termos de estratégicas e políticas de aplicação nos respetivos setores, incluindo o da Agricultura, onde estamos”, disse.

E, dentro da Agricultura, contou que há propostas da União Europeia que têm a ver, “essencialmente, com estratégias de biodiversidade designadas como ‘do prado ao prato’” e, nesse sentido, Arlindo Cunha defendeu que “o vinho também é um setor onde tem de se aplicar esse princípio”.

Segundo este responsável, esta conferência internacional conta presencialmente com “a maior parte dos oradores, alguns serão por videoconferência”, e os participantes “estão mais limitados à presença”, tendo oportunidade de seguirem os trabalhos através da transmissão nas redes sociais.

 “O anfiteatro do Instituto Politécnico [de Viseu] é muito grande, por isso podemos ter uma boa participação dos oradores e cumprir com todas as normas da DGS [Direção-Geral da Saúde] tendo em conta a pandemia”, assumiu Arlindo Cunha.

Marta Mendonça, Ricardo Ricci Curbastro e Edwin Massey falarão sobre casos internacionais de sustentabilidade e, para os casos nacionais, estão Cristina Crava, João Luís Barroso, Helena Ferreira, Ana Rodrigues e Miriam Massarenhas.

Entre outros oradores a falar sobre sustentabilidade, a sua prática e importância estão também João Paulo Gouveia, Luís Pato, David Ferreira, Christian Miller, Rolf Eriksen e Frederico Falcão. O dia termina com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

No final da conferência, o presidente da CVR Dão faz ainda a entrega os prémios “Os Melhores Vinhos do Dão no Produtor” e atribui o diploma “O Grande Vinho do Dão – IPV”.

 

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