Jorge Coelho era uma pessoa “com muita referência” na região e “uma voz de força” que se juntava ao PS que tinha nele um “forte aliado”, contou à agência Lusa o presidente da distrital socialista de Viseu.
“Era um defensor das nossas causas, uma voz que se juntava às nossas reivindicações, junto do poder central. A voz dele dava-nos força e de repente acontece isto”, reagiu José Rui Cruz à agência Lusa após tomar conhecimento pelos “inúmeros telefonemas” que recebem em poucos minutos.
O presidente da distrital do PS de Viseu disse que “era uma pessoa com muita referência na região, porventura, em termos políticos a pessoa com mais visibilidade, com mais força e uma voz muito ouvida e respeitada e não só internamento” no partido.
“Estava ligado à associação empresarial, ao grupo Visabeira, era uma referência em toda a região com muito boas ligações a todo o Governo e tinha amigos em todos os partidos, porque fez amigos toda a sua vida e era um aliado forte que tínhamos ali e que agora ficamos todos mais debilitados”, assumiu.
José Rui Cruz adiantou que “é uma perda enorme para todos e para o distrito” de Viseu e lembrou que “nem se imiscuía dentro do partido, participava quando era chamado e estava sempre disponível e era uma voz muito mais alargada de que o PS”.
À agência Lusa, José Rui Cruz lembrou a morte no domingo do presidente da Câmara de Viseu, o social democrata António Almeida Henriques, aos 59 anos, vítima de covid-19, e, nesse sentido lamentou que numa semana, Viseu tenha perdido duas referências”.
“Cada uma com a sua dimensão e importância, mas foram duas figuras muito novas que partiram e que eram vozes de referência na região”, disse.
Jorge Coelho, ministro dos governos liderados por António Guterres entre 1995 e 2002, morreu hoje, segundo fonte do PS, vítima de paragem cardíaca fulminante.
Jorge Coelho foi ministro de três pastas: ministro Adjunto; ministro da Administração Interna; ministro da Presidência e do Equipamento Social.
A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas de outubro de 1995.
Nascido em 17 de julho de 1954, em Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Coelho era empresário, mas continuou sempre a acompanhar a atividade política, como comentador de programas como a Quadratura do Círculo, na SIC Notícias e TSF, mas também como cidadão.
Jorge Coelho marcou a atividade política ao demitir-se do cargo de ministro do Equipamento do executivo de António Guterres após a queda da ponte de Entre-os-Rios em 04 de março de 2001, alegando que “a culpa não pode morrer solteira”.
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