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Obras no antigo edifício do Orfeão reabilitam património viseense com mais de 100 anos

Já começou a intervenção no antigo edifício do Orfeão de Viseu, que consiste na remodelação, reabilitação e ampliação de um património histórico inigualável.

A configuração do edifício, tal como hoje se apresenta, terá sido concluída entre 1901 e 1921, o que eleva para mais de um século a idade da estrutura. O investimento do Município de Viseu, superior a 1,2 milhões de euros, permitirá devolver o edifício aos viseenses e instalar um nova âncora para a revitalização do Centro Histórico.

O objetivo da autarquia viseense é vocacionar este equipamento para atividades pedagógicas no âmbito do programa VISEU EDUCA. Este projeto será essencialmente desenvolvido na área de ampliação posterior, onde funcionará a “Universidade Sénior de Rotary Club de Viseu”, bem como o apoio pedagógico a jovens de famílias carenciadas, com o intuito de proporcionar condições mais favoráveis ao seu sucesso escolar.

Paralelamente, o Município quer recuperar a atividade cultural inerente ao uso dos salões existentes (e que serão reabilitados com a preservação das suas características originais). “Esta é uma obra há muito desejada pelo significado que tem para todos os viseenses. Vamos devolver à comunidade aquele que é um dos edifícios mais emblemáticos do Centro Histórico e um exemplar inigualável do nosso património histórico e arquitetónico”, considera Conceição Azevedo, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Viseu.

Com a reabilitação do edifício, e a ampliação posterior, a autarquia pretende promover e regenerar a zona e a rua onde se encontra implantado o imóvel, bem como atrair mais pessoas para o Centro Histórico. “A obra no edifício antigo do Orfeão é mais um marco na estratégia de revitalização do centro da cidade, levada a cabo pelo Município e pela Viseu Novo SRU desde 2014, através da criação de novas âncoras no coração da cidade”, afirma a autarca.

A empreitada, com um prazo de execução de 18 meses, e um investimento superior a 1,2 milhões de euros, compreende uma intervenção estruturante, mas seguindo os princípios da reabilitação sustentável, com respeito pela identidade, memória e traça original do edifício, mantendo elementos distintivos como a cobertura, o conjunto de azulejos, as escadarias, os tetos, o lanternim e os salões.

Contempla o reforço estrutural do desvão e estrutura da cobertura, incluindo a substituição do seu revestimento, aplicação de todas as infraestruturas necessárias ao seu funcionamento, ampliação com um novo corpo (na sua parte posterior) e arranjo geral do logradouro. 

Iniciativa do Município recupera edifício com mais de um século e permite descoberta de novos achados arqueológicos.

A decisão do Município de Viseu de avançar com uma obra de grande envergadura no local motivou, desde o início, a realização de sondagens de diagnóstico arquitetónico e sondagens arqueológicas de diagnóstico de cota negativa, devidamente aprovadas pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

O decorrer dos trabalhos permitiu identificar e preservar vestígios de casas dos inícios do séc. XX, para além de uma lápide com inscrição romana. A obra continuará a ser acompanhada por uma equipa de arqueólogos e pela DGPC.

Recorde-se que a origem do edifício do antigo Orfeão de Viseu encontra-se intimamente ligada à Sociedade de Recreio Protetora do Montepio Viseense. “Até ao presente, não podemos afirmar uma data precisa para a construção do imóvel, sito na Rua Direita.

Contudo, as referências documentais indicam que a Associação do Montepio Viseense já se encontrava instalada na Rua Direita, em 1901 (…). Em 1912, o Montepio Viseense pretende enobrecer o imóvel e, para tal, decidiu solicitar ao município a autorização para proceder à substituição da cal que revestia a fachada para se colocarem os azulejos que hoje em dia resistem”, explica a equipa de arqueólogos responsável pelo acompanhamento da obra.

Com esta intervenção, o Município de Viseu vai assegurar a preservação e reabilitação de um património histórico com mais de um século. Saliente-se ainda a preocupação com todo o património arquitetónico, também este de incalculável valor, quer no exterior – “a fachada, seguindo os modelos da Art Decó, implementados nas primeiras décadas da centúria de novecentos, apresenta-se totalmente revestida de azulejos vidrados de tonalidade vermelha, com figurações geométricas em relevo que imprimem uma sobreposição de quadrados (…)” – quer no interior – “No piso inferior, o ritmo da fachada é imposto por uma sequência de vãos de arco de volta perfeita, estando dispostos de 1 para 2.

Ao centro encontra-se o portal de entrada, em arco de volta perfeita reentrado, com aparelho rusticado e cunhais rematados por um capitel decorado com motivos vegetalistas.

O portal, é ainda rematado por um frontão triangular onde figura uma mísula decorada com uma máscara. A suportar as esquinas do frontão encontram-se outras duas mísulas em forma de volutas invertidas (…)”.

 

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