O presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão (CVR Dão) disse que “tem muita esperança” na primeira feira de vinhos do Dão digital, uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões.
“Esta feira é, de alguma forma, uma alternativa parcial, porque não poderá suprir toda a falha do canal HoReCa (Hotéis, Restaurantes e Cafés), porque faltam cá os turistas, mas de alguma forma vai preencher um bocado esse vazio do canal HoReCa. Temos muita esperança nisso”, admitiu Arlindo Cunha.
Este responsável adiantou que “onde houve quebras enormes, muito grandes, gravíssimas” nas vendas de vinho, no decorrer da pandemia de covid-19 e dos confinamentos, “foi nos segmentos de gama média e superior, ou seja, o vinho do canal HoReCa, onde há quebras na ordem dos 50%”.
Arlindo Cunha disse que, em 2020, “a redução global dos vinhos não foi muito grande”, uma vez que, “nas vendas, foi na ordem dos 06%” nos vinhos do Dão e, este ano, “no primeiro trimestre, já foi superior, na casa dos 10%”.
“Esta redução não foi homogénea, porque verifica-se que aquelas marcas de vinho que são vendidas nas grandes superfícies são vinhos que não tiveram praticamente quebras e até houve aumentos”, acrescentou.
Esta primeira Feira de Vinho do Dão Digital, “numa iniciativa da CIM Viseu Dão Lafões com quem a CVR do Dão tem parceria”, vai acontecer na plataforma DOTT, “onde todos os produtores se inscrevem com os vinhos que pretendem vender e os respetivos preços”, entre 20 de abril e 03 de maio.
“É um sistema bastante prático e eu só tenho a felicitar a CIM Viseu Dão Lafões por esta iniciativa, porque muitas vezes, como se sabe, o problema dos produtores, sobretudo dos pequenos e médios, é que não têm uma logística montada para as entregas, nem têm lojas `online`”, apontou.
Esta feira “e este sistema vêm suprir esta lacuna e vêm criar, de facto, uma facilidade” que a CVR do Dão estima que “seja algo mais do que simbólico”, uma vez que “pelos estudos feitos há uns dois anos, antes da pandemia, a importância das vendas `online` no setor dos vinhos era uma coisa praticamente insignificante”.
“Agora, com a pandemia, ainda não temos estudos, mas uma coisa é certa, seguramente que a expressão da venda de vinhos `online` aumentou substancialmente e, com esta iniciativa, tenho a certeza que vai ser uma alternativa que vai ter impacto, sobretudo nos pequenos e médios produtores. Penso que vai ser muito importante”, defendeu.
Neste sentido, Arlindo Cunha considerou que “é possível, e desejável, que no futuro, este modelo, se tiver sucesso, será alargado a outras” feiras ou iniciativas e perspetivou, desde já, que tem “a certeza que vai ter sucesso”.
O presidente da CVR do Dão esclareceu ainda que, apesar de a iniciativa ser da CIM Viseu Dão Lafões, “a plataforma está ao serviço de todos os vinhos do Dão e não apenas os que são produzidos no território” dos 14 concelhos que compõem esta região.
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