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Projeto Poldra revela artistas que vão criar novas esculturas para mata do Fontelo

O português Rui Sanches, o angolano Kiluanji Kia Henda, a britânica Jazmin Charalambous e a dupla Thanasis Ikonomou e Signe Ferguson são os artistas convidados do projeto Poldra, em Viseu, este ano, foi ontem anunciado.

O fundador do Poldra – Public Sculpture Project Viseu, João Dias, apresentou  a terceira edição do projeto que vai inaugurar em 09 de outubro quatro novas esculturas na mata do Fontelo, em Viseu, associando-se assim às seis já existentes das duas edições anteriores.

“Com estas quatro deste ano, ficarão no Fontelo 10 esculturas, uma vez que duas já foram retiradas, porque uma delas deixou de estar em condições e a outra já não apresentava a segurança desejável e já não sobreviveria a outro inverno”, explicou.

As obras, contou, “também não foram realizadas com um caráter de permanência, porque isso teria custos exorbitantes, são temporárias, calculadas para um par de anos, e permanecerão na mata enquanto a sua exposição for viável”, explicou João Dias, que admitiu que “uma ou outra têm sofrido alguns retoques”.

À obra de Rui Sanches, toda em madeira, adiantou o responsável, juntam-se três nomes internacionais como o angolano Kiluanji Kia Henda, a britânica Jazmin Charalambous e o grego Thanasis Ikonomou que idealizou uma obra com a americana Signe Ferguson que “será a única artista que não estará na inauguração, porque não consegue viajar dos EUA, por causa da pandemia”.

“Kiluanji Kia Henda foi o primeiro artista africano a ganhar o prémio Frieze em Londres, em 2017. Vai instalar uma espécie de roldana alta, para ser seguro, que tem em todo o seu redor a uma altura superior a dois metros. Tem a toda a volta uns ferros que, segundo me contou, é uma corrente como a que usam em Luanda para proteger as janelas para não saltarem de umas para outras, portanto, os artistas também colocam as suas culturas nas suas obras artísticas”, explicou o diretor artístico.

João Dias contou que os outros dois artistas chegaram ao projeto através da ‘open call’ que o Poldra fez, à semelhança da edição de 2019, que “funcionou muito bem, porque trouxe uma visão refrescada às propostas” e “é interessante ter artistas internacionais a pensar sobre o Fontelo, sobre Viseu, e na relação da arte com aquele espaço”.

“Signe Ferguson & Thanasis Ikonomou é uma dupla e vão fazer um cone, que é uma espécie de um amplificador natural para os sons da natureza. Tem no topo um atrativo para os pássaros fazerem ninho e na receção as pessoas podem estar e explorar a peça. São mais ou menos seis metros de amplificador, mais a outra peça, são ao todo cerca de 10 metros de obra”, especificou.

A outra proposta, desvendou João Dias, é da britânica Jazmin Charalambous que “propõe uma espécie de um tapete orgânico, como que um mosaico que se adapta à floresta, feito com pedaços de madeira, ou seja, é bastante natural e até tinha intenção de usar madeira do parque para criar a sua escultura, o que seria mais interessante”.

O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Jorge Sobrado, adiantou que o Poldra é apoiado pelo programa Viseu Cultura, em 50.000 euros, e assumiu que “é um orçamento muito modesto que, do ponto de vista cultural, devolve um contributo à cidade muito superior àquilo que é o investimento de base”.

“O Poldra é um projeto independente que permite inserir Viseu num mapa de cidades muito restrito, porque é dos poucos projetos com um investimento regular em escultura ou arte em espaço público”, destacou Jorge Sobrado.

Estas esculturas vão juntar-se a seis que ainda permanecem na mata, das edições anteriores, e que foram concebidas por Miguel Palma, Steven Barich, Pedro Pires, Elisa Balmaceda, Liliana Velho e Natalia Bezerra & Kaitlin Ferguson.

 

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