O CDS-PP defendeu que o Governo deve avançar com a concretização do Itinerário Complementar (IC) 26, que irá servir os concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tarouca, no distrito de Viseu.
Através de um projeto de resolução que tem como primeiro subscritor o deputado Hélder Amaral (eleito pelo círculo de Viseu), o partido quer que a Assembleia da República recomende ao Governo que avance com os procedimentos legais, tal como está perspetivado no Plano Rodoviário Nacional e nos Estudos de Avaliação da Rede Rodoviária Nacional.
“Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tarouca são concelhos do interior de Portugal que não têm acesso a um único quilómetro de autoestrada”, argumenta o CDS-PP, em comunicado.
Na opinião de Hélder Amaral, estas são terras que, “não merecendo uma autoestrada, merecem acessibilidades que possam dar competitividade às empresas resilientes que ali decidem manter-se”.
Por outro lado, segundo o partido, “dada a distância às grandes vias rodoviárias e a inexistência de serviços oncológicos nas proximidades”, os doentes destes concelhos são expostos ao cansaço, o que prejudica a sua recuperação.
“Nestes concelhos, as pessoas sentem-se esquecidas e as empresas não sentem qualquer dos efeitos das 160 medidas que o Governo garantiu que serviriam para aproximar o interior do litoral”, lês-se no comunicado do CDS PP
Neste âmbito, os Centristas consideram que “avançar com o IC26 é uma questão de justiça” para com estas populações.
O partido diz ainda que esta região, que “aposta fortemente em setores como a agricultura, a agroindústria, a indústria extrativa, a construção civil ou a metalomecânica, necessita de vias que permitam o trânsito de camiões pesados que garantem o fornecimento e o envio de produtos de grande dimensão fundamentais para a economia local”.
As vias que existem, como não foram dimensionadas para estes volumes de transporte, “começam a ficar degradas, deixando de oferecer patamares mínimos de segurança a quem tem de circular na estrada”, alerta.
De acordo com o CDS-PP, faltam intervenções de manutenção para, por exemplo, garantir “uma circulação segura sempre que há geadas ou nevoeiro”, numa região com “nevões e especificidades climatéricas que justificam a existência de uma estrada” com, “no mínimo, os limites da estrada pintados de forma a que os condutores possam ver por onde devem circular”.
Com a concretização do IC26, as empresas ficariam “com uma situação geoestratégica fundamental para o futuro, dado que a mobilidade entre o Porto de Leixões e a A25 (autoestrada que liga à fronteira de Vilar Formoso) permite que as empresas sonhem com mais competitividade”, acrescenta.
O CDS-PP considera que, “numa região onde não existe ferrovia e onde falta emprego para poder inverter a tendência demográfica, o mínimo que se pode pedir é que se invista nas acessibilidades, de forma a devolver alguma dignidade a estes portugueses”.
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