O Museu de História da Cidade de Viseu vai ter uma imagoteca, que será lançada na segunda-feira e que pretende ser “uma bóia de salvamento” da memória visual e do património de imagem do concelho.
A imagoteca municipal consiste num centro de recursos dedicado à recolha, arquivo, preservação, digitalização, estudo e divulgação de documentos de imagem representativos da história da cidade e do concelho, como fotografias, postais ilustrados, cartazes e filmes, datados até ao final do século XX.
O vereador da Cultura, Jorge Sobrado, diz que o lançamento da imagoteca é uma das iniciativas programadas para o Dia Internacional dos Museus, mas que já estava prevista no programa de governação municipal “Viseu Primeiro 2021” e no plano de ação anual “Viseu2020. Luz, Câmara, Ação”.
“A imagoteca municipal é uma extensão e complemento natural do projeto do Museu de História da Cidade. A memória visual de um território faz parte da sua identidade, da sua história e do seu património”, afirmou Jorge Sobrado, acrescentando que “as imagens são um recurso valiosíssimo de conhecimento, estudo e promoção”.
Segundo o vereador, o acervo da imagoteca terá “um caráter colaborativo e participativo”, sendo a livre adesão da população “o motor” do projeto.
“O acervo será alimentado por um convite público e pela cedência de registos com interesse histórico por parte da população, mas também de instituições e empresas”, explicou.
No sítio na Internet do Museu de História da Cidade haverá um mural com os nomes de todos os doadores das imagens, caso o desejem.
Será privilegiada a incorporação de “imagens relativas a paisagens, monumentos, acontecimentos públicos, transformações urbanísticas, realizações culturais, sociais e desportivas que documentem historicamente Viseu”.
No entender de Jorge Sobrado, trata-se de uma “ideia muito simples”, que não terá custos de funcionamento, porque assentará nas equipas do Museu de História da Cidade e da Biblioteca Municipal e nos equipamentos já disponíveis.
O vereador referiu que “será iniciada uma operação de recolha e reunião de bancos de imagens ou registos atualmente dispersos pelo universo municipal” e que tenham interesse patrimonial e histórico.
Esta “operação de resgate” do património fotográfico de Viseu que estava esquecido em “arquivos mortos” será a primeira prioridade do projeto, frisou.
O Museu Almeida Moreira dará um dos primeiros contributos para a constituição do acervo, através da incorporação da coleção particular de fotografias do capitão. Já a associação Viseu Marca entregará o banco de imagens dos cartazes da Feira de São Mateus (desde os anos 20 do século passado) e mais de 200 imagens históricas da cidade e do certame.
“Ao mesmo tempo, estamos a criar condições tecnológicas para a digitalização de fotografias e imagens na Biblioteca Municipal”, acrescentou.
O município está ainda a trabalhar num acordo de cooperação com o arquivo da Cinemateca Portuguesa para o património fílmico.
De acordo com Jorge Sobrado, “ainda recentemente o município depositou na Cinemateca duas bobines de 1965 para preservação e digitalização”.
Em resultado desta interação, foram “encontrados, em depósito, cinco filmes relativos a Viseu, dos anos 30, 50, 60 e 70, cuja intervenção está a ser avaliada”, avançou.
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