O projeto multidisciplinar “Cubo Mágico”, criado pela Câmara Municipal de Viseu, vai ocupar 18 locais da cidade até setembro, com mais de 500 propostas para a retoma económica e cultural do concelho.
O “Cubo Mágico” é uma resposta do município aos efeitos da pandemia, que levaram ao cancelamento da agenda cultural de Viseu, em especial a Feira de São Mateus, procurando retomar não apenas a programação artística, mas também a atividade económica associada à hotelaria, restauração, turismo e comércio local, afirmou à agência Lusa o vereador da Câmara Municipal com o pelouro da Cultura, Jorge Sobrado.
Entre 21 de julho e 21 de setembro, 18 locais da cidade vão acolher programação, sendo metade de cariz cultural – como exposições, oficinas, micro-espetáculos, teatro de rua ou cinema ao ar livre – e outra metade virada para uma experiência turística, onde estão previstas iniciativas associadas à gastronomia ou aos vinhos, entre outros, esclareceu o autarca.
O investimento público será de cerca de meio milhão de euros no “Cubo Mágico”, sendo que a Câmara de Viseu tem a perspetiva de vir a ter um apoio de 350 mil euros de fundos comunitários para este evento, acrescentou.
Face à epidemia da covid-19, a Câmara de Viseu considera que este projeto é “uma boia de salvamento lançada à economia local”, ao mesmo tempo que permite, de forma “responsável”, organizar os fluxos de visitantes.
“Não ter um programa preparado seria um risco elevado para uma cidade que está cheia de turistas e visitantes no verão”, notou Jorge Sobrado, vincando que este programa permite “distribuir fluxos e procuras de interesses por diversos lugares, numa janela temporal mais alargada”.
Ou seja, para além do apoio à retoma cultural e económica, o programa é “um recurso inteligente de preparação da cidade ao fluxo de visitantes”, recebendo sempre todos os anos, para além de turistas, muitos emigrantes que regressam à sua terra por esta altura, esclareceu.
O programa conta, sobretudo, com atividades e propostas desenvolvidas pela comunidade artística local e regional, que “já estava envolvida na programação de primavera e de verão da cidade e que foi afetada pela pandemia”, salientou.
Apesar do cancelamento da Feira de São Mateus, o projeto do município permite uma abertura parcial do bairro da restauração associado ao certame, farturas e alguns divertimentos, bem como um palco com plateia limitada e controlada.
Apesar da “esmagadora maioria” dos eventos ser gratuita, será necessário uma reserva prévia para controlo e gestão das lotações, referiu.
Para além das atividades já definidas no “Cubo Mágico”, haverá também um conjunto de “ações-satélite” em freguesias mais periféricas do concelho, que ainda está a ser programado, avançou.
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