O Lar Escola Santo António, de Viseu, acolhe no sábado a estreia da reposição da escultura-performance Caixa para Guardar o Vazio, um dos projetos que marca a história do Teatro Viriato, que está a comemorar 20 anos.
Este projeto resultou de uma encomenda feita em 2005, pelo Teatro Viriato, a Fernanda Fragateiro, e é considerado uma referência do trabalho pedagógico no contexto das artes performativas.
Com coreografia de Aldara Bizarro, Caixa para Guardar o Vazio estará em Viseu de sábado ao final do mês, com sessões para famílias e escolas, no claustro do Lar Escola Santo António.
“Por natureza, o Teatro Viriato é um projeto de mediação cultural com repercussões transformadoras. Caixa para Guardar o Vazio é um dos exemplos dessa ação”, referiu a diretora geral e de programação do teatro, Paula Garcia.
Segundo a responsável, trata-se de “um trabalho de relação e de questionamento das artes plásticas com a dança contemporânea que se traduziu num importante suporte de tradução, de troca, de reflexão, de diálogo e de descoberta junto das camadas mais jovens”.
“Ainda hoje é um projeto muito atual e pertinente, que quisemos, por isso, repor”, justificou.
A Caixa para Guardar o Vazio é constituída por uma escultura de madeira e por um tapete, e ativada por dois bailarinos: Hugo Mendes, Laura Abel, Lucas Lagomarsino e Sofia Portugal – uma dupla em cada sessão.
“A escultura apresenta-se como uma ‘caixa fechada’. É ativada pelos corpos de dois bailarinos, que revelam o espaço, dialogando entre si e com o público, através do movimento e da voz”, explicou Fernanda Fragateiro.
Neste projeto, “bailarinos e visitantes são matéria em ação”, acrescentou.
De acordo com a artista, “a escultura é uma multiplicidade de vistas, de movimentos, de gestos”, o que “implica o objeto nas suas múltiplas aberturas e implica as pessoas nas múltiplas possibilidades de movimento”.
“A combinação dos dois é o todo”, sublinhou.
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