O Douro está a iniciar as vindimas de 2020, ano em que se prevê uma quebra de produção de cerca de 20% e fica marcado pela pandemia que impôs novos cuidados e regras.
A empresa Gran Cruz foi uma das primeiras a arrancar com o corte das uvas no Douro, cerca de uma semana mais cedo do que no ano passado por causa das condições climatéricas, como o calor intenso que poderá tornar este verão num dos mais quentes de que há registo.
Na Quinta de Ventozelo, em São João da Pesqueira, já se cortaram castas brancas escolhidas para espumante, seguindo-se depois, gradualmente, as uvas para os vinhos brancos, rosés e os tintos.
Tiago Maia, responsável pela área de produção da quinta, disse à agência Lusa que regularmente é feito o controlo de maturação que determina a vindima nos vários talhões que compõem os 200 hectares de vinha.
Nesta propriedade estima-se uma diminuição na colheita na ordem dos 20%, comparativamente com o ano passado.
Também a previsão de colheita do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) aponta para um decréscimo de 20% na produção de vinho no Douro.
Em 2019, a produção declarada nesta região vitivinícola foi “acima da média” e atingiu as 278 mil pipas de vinho (550 litros cada).
De acordo com o IVV, a variabilidade meteorológica verificada nos meses de abril e maio potenciaram a ocorrência de míldio e de oídio, o que obrigou à realização de vários tratamentos fitossanitários na região demarcada. Recentemente o calor excessivo tem provocado escaldão nas uvas.
No entanto, o instituto público realçou que, no geral, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário.
O ano 2020 fica, portanto, marcado pela dificuldade em trazer as uvas até à vindima e também pela pandemia de covid-19.
Comente este artigo