O Turismo Centro de Portugal disse hoje querer que os operadores turísticos e os destinos da região atinjam a chancela de sustentabilidade dentro de dois a três anos.
“É um compromisso que envolve o Turismo Centro de Portugal e a Biosphere, na parte de consultoria, para que os nossos operadores turísticos e o destino, em particular, possam atingir a chancela de destino sustentável”, explicou à agência Lusa o presidente do Turismo do Centro.
Pedro Machado explicou que, para isso, haverá “capacitação e aconselhamento” e “um caderno de encargos que está disponível para consulta” e “os que o quiserem perseguir, seguramente, vão atingir essa chancela de destino ou de turismo sustentável reconhecido internacionalmente”.
“Dessa forma, vamos envolvendo a comunidade, de forma transversal, para, dentro de um espaço limitado no tempo, mas que seguramente demorará dois, três anos, conquistarmos a condição de destino totalmente sustentável, em que a utilização dos recursos, a fruição turística, estejam em linha com a defesa do planeta, com a defesa do ambiente”, acrescentou.
Este trabalho será feito junto de “organismos públicos e privados” para que possam “e devam perseguir estas boas práticas dentro dos próprios edifícios, quer na redução do consumo da energia, como na utilização de recursos alternativos para a gestão dos recursos atualmente disponíveis”.
“É importante, porque há hoje claramente uma mega tendência internacional nos novos viajantes que preferem, sobretudo, destinos que têm estas certificações, ou seja, isto também é um valor, um valor de posicionamento e um valor económico, porque permite aumentar a atratividade e a competitividade destes estabelecimentos”, defendeu Pedro Machado.
A assinatura da carta de compromisso aconteceu em The Fox House, um empreendimento de turismo local, em Serrazes, São Pedro do Sul, que desde 2019 tem certificado de Biosphera e que hoje viu a sua carta de compromisso renovada.
“Na nossa atividade turística tentamos controlar todos os nossos recursos. Na água, na energia, no lixo, mas também no comportamento nosso e dos nossos turistas. É uma relação simbiótica, em que nós fazemos a nossa parte, mas sensibilizamos para que o hóspede acolha a nossa forma de estar e valorize a natureza que o envolve e que se sinta parte também desse compromisso”, explicaram os responsáveis, Mafalda Carlos e Miguel Condesso.
O presidente da Escola Superior de Tecnologia e de Saúde de Coimbra, do Instituto Politécnico de Coimbra, também marcou presença para receber o primeiro certificado do compromisso ambiental por parte da Biosphera.
“Somos a primeira escola de ensino superior do país a receber este certificado de compromisso com as boas práticas de sustentabilidade, mas já temos uma história nesta área, além de termos um curso na saúde ambiental, estamos no programa das ecoescolas e temos tido um conjunto de iniciativas na formação e investigação nesta área”, referiu João José Joaquim.
Presente na cerimónia, a diretora do departamento de dinamização da oferta e dos recursos do Turismo de Portugal, Teresa Ferreira, defendeu que “a mudança de comportamentos e de posicionamento” por parte das empresas “tem de contar com o apoio das entidades públicas, porque há situações concretas para trabalhar”.
“Estamos a falar de novos sistemas de eficiência energética e hídrica, da gestão de resíduos, com a redução de plástico, com o tentar eliminar ou baixar as reduções de carbono, mas também poder trabalhar melhor com as comunidades e proteger e valorizar os produtos locais, assim como uma boa relação com os trabalhadores a partir de um salário justo e de igualdade”, defendeu.
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