Os trabalhadores da Misericórdia de Viseu ameaçam voltar à greve, no dia 29 de agosto, se não houver acordo entre com a instituição na reunião com o mediador de conflitos, agendada para o dia 16.
“Desde a última greve, em 02 de junho, não houve qualquer desenvolvimento”, disse hoje aos jornalistas Afonso Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC), no final de um plenário de trabalhadores da Misericórdia de Viseu.
“A Misericórdia recusou-se a reunir connosco, alegando que não tinha nada para dizer, mas se nós pedimos a reunião é porque havia algo a tratar”, alegou o dirigente sindical, indicando que o STIHTRSC representa a quase totalidade dos trabalhadores daquela misericórdia.
No plenário, adiantou, os trabalhadores “renovaram as exigências” que reivindicaram na greve de 02 de junho e acrescentaram “mais duas”, tendo ficado acertada uma reunião para o dia 16 de agosto na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
“A DGERT mediará a reunião de gestão de conflitos entre os elementos da Misericórdia que marcarem presença e os trabalhadores, representados pelo Sindicato, e hoje foi decidido que se não houver evolução nessa reunião voltam à luta”, adiantou.
Em cima da mesa está uma nova greve para o dia 29 de agosto e “depois novas formas de luta serão certamente desenvolvidas, face ao incumprimento do contrato coletivo de trabalho que se aplica a estes trabalhadores”.
Afonso Figueiredo considerou que os oito pontos que estão em discussão entre os trabalhadores e a entidade patronal “têm todos as condições por parte da Misericórdia para haver convergência”.
Ainda assim, admitiu que “se houver em alguns mais importantes, já não avançarão para greve”, como é o caso do “pedido de cumprimento da contratação coletiva, relativamente à antiguidade para efeitos de diuturnidades”.
Os trabalhadores exigem a aplicação da “tabela salarial que foi publicada agora, que é de 2022”, e a uniformização dos horários de trabalho, “porque não há razão para haver trabalhadores a fazer 37 horas e outros 39 ou 40, na mesma instituição”.
“Não temos reivindicações que digam que estamos a pedir mais do que aquilo que é possível de concretizar, estamos somente a exigir aquilo que faz parte do contrato coletivo de trabalho”, assegurou Afonso Figueiredo.
Chegando a acordo “nestes pontos mais pertinentes”, os trabalhadores “deixam de continuar em ações de luta, apesar de continuarem a tentar que haja negociações para que se alcancem”, concluiu.
Lusa
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