O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do (SITE) Centro Norte acusou a administração da PSA/Peugeot/Citroën de Mangualde de “perseguir os trabalhadores que fizeram greve” ao transferi-los para o turno fixo noturno, acusações que a administração rejeita.
“A administração anda a falar somente com trabalhadores que fizeram greve. Até à data não temos informação de ter falado com mais algum trabalhador para os tirar do turno rotativo diurno para o turno fixo noturno. Isto é perseguição aos trabalhadores que fizeram greve à bolsa de horas, greve essa que é um direito defendido na Constituição” Portuguesa, acusou Telmo Reis.
À agência Lusa, o delegado do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte (SITE-Centro Norte) explicou que “o grande problema nesta mudança é a alteração na vida das pessoas pessoal e social, uma vez que há famílias, que com isto, terão de deixar os filhos menores sozinhos”.
“Nunca ninguém foi obrigado a fazer só noite, quem faz o turno noturno ou é contratado, com contrário precário, ou foi por opção e de forma voluntária e agora, não sei se os vão mudar de turno, alterando toda a sua organização familiar ou se vão mandar embora contratados”, afirmou Telmo Reis.
Num comunicado enviado à comunicação social, o sindicado lembra que “estes trabalhadores nunca laboraram noutro regime sem ser os turnos rotativos diurnos, pois sempre que houve necessidade de colmatar falhas no turno da noite foi solicitada a disponibilidade dos trabalhadores de forma voluntária”.
“A empresa agarra-se a um documento assinado aquando da passagem dos trabalhadores de contratados a prazo para efetivos na empresa, documento esse que não sendo assinado, resultava na não efetivação do trabalhador”, explica o comunicado.
Em declarações à agência Lusa, por escrito, a administração acusa o sindicato de “declarações falsas e tendenciosas” e assume que “as movimentações entre turnos são normais e quotidianas, e sempre aconteceram, independentemente do início da greve”.
“Têm transitado, desde o início da greve, colaboradores que nem sequer aderiram à greve. Não há nenhuma diferenciação, independentemente se fazem greve ou não”, afirma.
Segundo a administração, “desde o início da terceira equipa de produção há rotação de colaboradores dos turnos de dia para a noite, pois enquanto existir e funcionar esse terceiro turno, têm de fazer parte trabalhadores com mais experiência, em especial trabalhadores que já prestem o seu trabalho para a empresa há muitos anos, com o objetivo dos novos colaboradores serem orientados e enquadrados no seio da organização”.
E acrescenta que “desde o início da laboração do terceiro turno, a direção tem definido um plano de rotação temporária dos horários de alguns colaboradores dos turnos diurnos, durante períodos variados” que vão dos “seis aos 12 meses”.
“Estas rotações não têm impacto no nível de emprego, pois desde o início do turno da noite, tem havido estes destacamentos temporários (vão uns e regressam outros), até pelo seu caráter temporário e nos diversos setores de produção”, esclarece o documento.
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