O FC Porto descarta entrar em facilitismos na visita ao Académico de Viseu, da II Liga, na quarta-feira, numa partida referente aos quartos de final da Taça de Portugal de futebol, frisou hoje o treinador Sérgio Conceição.
“Vamos ter dificuldades se não estivermos no nosso melhor em tudo aquilo que somos como equipa em termos de agressividade e intensidade e na capacidade de disputar os duelos ofensivos e defensivos. Temos de estar preparados para ser uma equipa forte em todos os momentos do jogo. Não estou aqui a tentar baixar as expectativas das pessoas ou a dar moral de barato ao adversário”, advertiu o técnico, em conferência de imprensa.
Os detentores da prova ‘rainha’ deslocam-se ao terreno do quarto colocado do escalão secundário, que é comandado pelo antigo defesa e capitão portista Jorge Costa, duas semanas depois de o terem derrotado nas meias-finais da Taça da Liga (3-0), em Leiria.
Nessa partida, os golos do canadiano Stephen Eustáquio, do inglês Danny Loader e de Bernardo Folha garantiram a presença dos ‘dragões’ na final, na qual venceriam o então bicampeão em título Sporting (2-0) para conquistarem pela primeira vez a Taça da Liga.
“Com certeza, haverá semelhanças, porque os jogadores são praticamente os mesmos e os treinadores também, mas os jogos são todos diferentes. O outro foi [disputado] dentro do contexto de uma ‘final four’ da Taça da Liga e este possui essa semelhança de ser um jogo a eliminar, mas numa competição, relvado e ambiente diferentes. Poderá haver uma ou outra nuance diferente, mas os princípios das equipas não irão mudar muito”, anteviu.
O desaire nas ‘meias’ da prova mais jovem do futebol profissional português interrompeu uma série de 20 encontros e mais de quatro meses sem perder em todas as provas do Académico de Viseu, cuja “equipa bem trabalhada” foi destacada por Sérgio Conceição.
“É um conjunto com muitos jogadores que podem jogar na I Liga. Apesar da derrota na última partida com o Moreirense [por 0-1, na 19.ª ronda da II Liga], tem um trajeto com o Jorge Costa que nos deixa em alerta. O jogo depende daquilo que fizermos, até porque somos favoritos e assumimos essa responsabilidade, mas temos de demonstrar isso”, estabeleceu, precavendo os campeões nacionais para um “campo historicamente difícil”.
Atestando a “qualidade” dos viseenses pela forma como superaram os primodivisionários Famalicao, Estoril Praia e Boavista na Taça da Liga, o treinador lembrou o objetivo do FC Porto em dar mais um passo no Fontelo para “chegar à final e tentar ganhar” a Taça de Portugal pela 19.ª vez, quatro dias antes da visita ao Sporting, da 20.ª jornada da I Liga.
“É importante não olharmos para dois jogos. Olhamos para um, que é o jogo de amanhã [quarta-feira]. Na minha opinião, e falando em todas as provas nacionais, com a exceção da Liga dos Campeões, é uma das saídas mais difíceis [da época] por tudo. O ambiente será diferente. Foram 3.000 viseenses ao jogo da Taça da Liga e, com certeza, vai estar um estádio cheio, com a maior parte dos adeptos do Académico de Viseu. Vamos ter os nossos a apoiarem-nos e, mesmo estando em minoria, serão uma força extra”, admitiu.
Francisco Meixedo, Otávio, o canadiano Stephen Eustáquio e os brasileiros Wendell e Gabriel Veron desfalcam por lesão as opções de Sérgio Conceição, que “assinava por baixo” repetir os resultados e as exibições alcançadas ante ‘viriatos’ e ‘leões’ em Leiria.
“Não acredito que se ganhe [um jogo] por acaso. Acho que as equipas são muito aquilo que a outra fizer. Volto a citar o Abel [Ferreira, treinador do Palmeiras], ao dizer que a dança é boa quando o par funciona. Ao jogar amanhã [quarta-feira] com o Académico de Viseu, sabemos que será um campo difícil e, com certeza, não vão ali ver ópera”, atirou.
O FC Porto, vice-líder da I Liga, visita o Académico de Viseu, quarto colocado da II Liga, na quarta-feira, às 20:45, no Estádio do Fontelo, em Viseu, em encontro dos quartos de final da Taça de Portugal, com arbitragem de Gustavo Correia, da associação do Porto.
“De vez em quando, um ou outro jogador pode ‘sacar’ alguma nota artística, mas não me acredito que aconteça muitas vezes, não só pelo jogo competitivo que irá ser, mas pelo relvado, que não me parece em excelente estado. Não sendo ‘resultadista’, mas olhando para a vitória como essencial, muitas vezes quero juntar a isso qualidade de jogo. Nem sempre é possível. Depende do opositor, dos ambientes e das adversidades”, finalizou.
O vencedor vai defrontar a duas mãos o primodivisionário Famalicão ou o ‘secundário’ BSAD, que medem forças na quarta-feira, às 18:45, nas meias-finais da prova ‘rainha’.
Lusa
Comente este artigo