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Sem “planeta B”, jovens de Viseu exigem medidas para a crise climática

Conscientes de que não há um “planeta B”, cerca de 500 alunos de escolas de Viseu fizeram hoje greve às aulas e juntaram-se no Rossio, em frente à Câmara Municipal, para exigirem medidas que resolvam a crise climática.

O objetivo é sensibilizar os governadores do nosso país, que não está a ir no bom caminho nesta questão do clima”, disse à agência Lusa Ana Maia, de 18 anos, aluna da Escola Secundária Alves Martins e uma das organizadoras da manifestação.

“Não há planeta B” e “O ambiente não tem preço, eu quero o que mereço” foram alguns dos “gritos de guerra” entoados pelos jovens.

Nas mãos, as inscrições dos cartazes evidenciavam não só algumas críticas, como “Capitalismo polui” e “Salvem o clima, não os bancos”, mas também alguns conselhos, como “A tua cosmética tem microplásticos” e “Salvar a água que ainda temos”.

Mariana Marques, aluna do 9.º ano da escola de Lajeosa do Dão, no concelho de Tondela, abanava um cartaz com a inscrição “A terra esgotou a sua paciência e nós também”.

“O estado da Terra está a ficar crítico e não é o futuro dos mais velhos que está a ser posto em causa, mas sim o nosso. Temos de fazer alguma coisa, finalmente”, frisou.

Na sua turma, já há a preocupação de, por exemplo, levar para a escola garrafas que possam ser enchidas com água, evitando que tanto plástico vá diariamente parar aos caixotes do lixo.

“No verão, quando tivermos mais disponibilidade, vamos tentar apanhar lixo. E reciclamos e tentamos por as pessoas da nossa escola a reciclar”, afirmou Mariana Marques.

Leandro Figueiredo, de 17 anos e aluno da Escola Profissional de Torredeita, envergava um cartaz com um “SOS”.

“O planeta está a precisar de ajuda e nós temos de o ajudar”, justificou.

Na sua opinião, os jovens da sua escola demonstram alguma sensibilidade para o tema das alterações climáticas, mas “ainda há muito caminho a fazer”.

“Deitamos sempre o lixo no sítio certo e tentamos reduzir o domínio do papel na escola. Mas há que ter gosto de fazer estas coisas”, defendeu.

Entre os participantes da manifestação, destacavam-se alunos do quarto ano da Escola da Ribeira, com os seus bonés azuis e cor de laranja.

“Trata-se da luta mais importante da atualidade para o futuro deles. É um assunto urgente, premente, e não podiam deixar de estar aqui”, disse à Lusa Helena Marques, professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas Grão Vasco.

Segundo Helena Marques, estes alunos têm estado envolvidos em vários projetos sobre a proteção da biodiversidade e do Rio Pavia e trabalham com materiais de desperdício.

“Estão muito dentro da temática, não estão aqui só a fazer número”, garantiu.

Ana Maia referiu que “foi fácil mobilizar os jovens” para a luta de hoje, com a ajuda das redes sociais.

“Não notámos tanto o apoio dos professores, foi mais dos pais. Mas notámos uma grande força de vontade dos alunos em participar”, sublinhou.

Milhares de jovens de mais de uma centena de países, incluindo de meia centena de localidades de Portugal, fizeram hoje greve às aulas para protestar contra a inação dos governos em relação às alterações climáticas.

O protesto, o segundo deste ano, serve para alertar os governos para a necessidade de se tomarem medidas concretas para se limitarem a emissão de gases com efeito de estufa, que, segundo os cientistas de todo o mundo, estão a provocar alterações drásticas, graves e rápidas no clima da Terra.

A greve climática estudantil é inspirada na sueca Greta Thunberg, 16 anos, que no ano passado iniciou um boicote às aulas para exigir do parlamento da Suécia ações urgentes para travar as alterações climáticos, um protesto que rapidamente se replicou por todo o mundo.

 

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