A Grande Rota do Bussaco, percurso pedestre e de BTT (bicicletas de todo o terreno) que liga a Mealhada, Mortágua e Penacova, com epicentro na Mata Nacional, “está criada e totalmente sinalizada”, foi hoje anunciado.
A rota, com 56 quilómetros de extensão, está inserida num projeto dinamizado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) – Região de Coimbra que “procura a valorização do património natural”.
Ao logo do percurso a Grande Rota disponibiliza diversos pórticos, mesas de interpretação ambiental e espaços de descanso e lazer.
Na Mealhada, o projeto da CIM inclui ainda uma outra rota, dentro da Mata Nacional do Bussaco, designada de Trilho das Árvores Notáveis.
Trata-se de um percurso interpretativo, com 6,7 quilómetros de extensão, pelas árvores classificadas como notáveis e que inclui espécies como o cedro do Bussaco, a sequóia, araucárias, eucaliptos, pseudotsuga, o mirtilo-da-nova-zelândia ou o freixo-verde, espécies introduzidas pelos Carmelitas Descalços desde o final do século XVI.
A Grande Rota foi objeto de uma candidatura conjunta a 60 mil euros de fundos comunitários do programa Buy Nature, para animação, através do consórcio regional da Estratégia de Eficiência Coletiva Provere iNature – Turismo Sustentável em Áreas Classificadas.
Para infraestruturação foi feita outra candidatura a fundos comunitários, através da CIM.
A Grande Rota aborda, no seu percurso, os vestígios das batalhas travadas no tempo das Invasões Francesas.
No Bussaco travou-se, durante a Terceira Invasão Francesa, uma batalha decisiva, em setembro de 1810, durante a qual o exército de Napoleão foi derrotado pelas forças anglo-lusas comandadas pelo visconde de Wellington.
“Quem pretenda iniciar a Grande Rota do Bussaco na Mealhada já o pode fazer a partir do Parque da Cidade, onde está colocada a placa indicativa do quilómetro zero do percurso GR49”, anunciou hoje a Câmara Municipal da Mealhada.
A partir da Mealhada, até ao Convento de Santa Cruz do Bussaco, são 11,56 quilómetros de diferentes paisagens.
“Os vinhedos da Bairrada a remeterem para as caves e adegas onde se produzem os vinhos tintos, brancos e espumantes – e estes para a iguaria gastronómica local mais típica – o leitão assado da Bairrada, – ou a vila de Luso, conhecida pela sua estância termal e pelo consumo de água mineral”, descreve a autarquia presidida por Rui Marqueiro.
Os maiores tesouros estão dentro dos muros da mata: o Palace Hotel do Bussaco (edifício do séc. XIX, de estilo neomanuelino), com o seu “Jardim Novo”, a Via Sacra, única no mundo, à escala de Jerusalém, com uma extensão de três quilómetros e composta por 20 passos (Prisão e Paixão de Cristo), o convento de Santa Cruz, o Museu Militar, o monumento comemorativo da Batalha do Bussaco e os miradouros, com destaque para a Cruz Alta (550 metros).
Com 105 hectares, a Mata Nacional do Buçaco foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no século XVII, encontrando-se delimitada pelos muros erguidos pela ordem para limitar o acesso.
Além da mata centenária, o conjunto patrimonial do Bussaco, que foi declarado Monumento Nacional em 2017, apresenta um núcleo central formado pelo Palace Hotel do Bussaco (instalado desde 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal) e pelo Convento de Santa Cruz, a que se juntam as ermidas de habitação, as capelas de devoção e os Passos que compõem a Via-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco.
Os cruzeiros, as fontes (com destaque para a Fonte Fria com a sua monumental escadaria) e as cisternas, os miradouros e as casas florestais compõem o vasto conjunto do património.
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