O diretor-geral da Escola Profissional de São João da Pesqueira, Esprodouro, quer lançar ainda este ano o concurso para a requalificação das instalações, um investimento superior a 2 milhões de euros (ME) para “criar laboratórios” e modernizar o espaço.
“Candidatámo-nos a um CTE, Centro Tecnológico Especializado, e [a Esprodouro] foi o único industrial e especializado em enogastronomia que foi aprovado para a CIM [comunidade intermunicipal] Douro”, contou Fernando Rodrigues.
O responsável falava à margem do terceiro festival enogastronómico, que decorreu hoje no Museu do Vinho em São João da Pesqueira, no distrito de Viseu.
À agência Lusa, o diretor adiantou que “a aprovação de 2 ME vai permitir modificar toda a escola e, com isso, vai deixar de ter salas de aulas para ter laboratórios, vai deixar de ter cadeiras para ter bancadas para os alunos trabalharem”.
“Além de todo o material que os alunos também vão poder ter para trabalharem, também os alunos de vinicultura vão ter uma adega para produzir vinho e aguardente, vamos produzir tudo isto”, adiantou.
Fernando Rodrigues disse ainda que os alunos de “eletrónica vão também ter um espaço de domótica” e, além disso, “toda a escola será em domótica, que será mantida por eles”, ou seja, o espaço “vai ser todo tecnologicamente avançado”.
A “nova escola” vai nascer no atual edifício, com “espaços requalificados” e com mais um andar “para novas salas”, disse o responsável.
Fernando Rodrigues acrescentou que as obras de requalificação da escola vão ser financiadas a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Esta medida do PRR não apoia construções, só adaptações, portanto, vamos adaptar a escola. Neste momento está o projeto em andamento, aguardamos o licenciamento por parte da câmara e, ainda este ano, queremos lançar o concurso”, esclareceu.
Fernando Rodrigues chegou à escola em 2018 e, contou, encontrou uma instituição “tecnicamente falida, com muitas dívidas, muitos problemas e poucos alunos”.
O diretor-geral da Esprodouro disse que tem alunos “dos 14 aos 65 anos” e que frequentam atualmente a escola 150 estudantes, “mas a aspiração é chegar aos 200, já que as infraestruturas vão crescer e melhorar”.
Este responsável acrescentou ainda que, em breve, a escola “vai poder receber mais alunos de fora”, já que convidou uma empresa de “desporto aventura a fazer um investimento no concelho” de São João da Pesqueira.
“Na época baixa nós ocupamos o espaço com os alunos e eles alugam na época alta. Em parceria connosco vão investir cá em 30 casinhas que dá para alojar 120 alunos”, revelou.
No evento de hoje, o diretor-geral considerou que, “no fundo, a escola cria um ecossistema para o Douro” já que “toda a iluminação, vinho e gastronomia foi da responsabilidade dos alunos”.
O Museu do Vinho, de cinco andares, foi hoje palco do terceiro festival enogastronómico, da primeira gala da escola e da cerimónia de oficialização de geminação entre o município português e o francês de Mennecy.
Na Esprodouro, que é uma associação que tem como sócios o município e a associação de pais dos seus alunos, “25% das aulas acontecem nas empresas, para que elas sejam as responsáveis por fazerem nascer bons profissionais” na região.
“Os nossos alunos trabalham todos. O nosso concelho deve ser dos que tem menor taxa de desemprego no país, os últimos números apontavam para menos de 100 pessoas inscritas”, num universo de menos de 7.000 habitantes, destacou Fernando Rodrigues.
Lusa
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