A Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões quer ser um centro de referência em testagens a drones de última geração em Portugal, sendo o Aeródromo Municipal Gonçalves Lobato, em Viseu, a base do projeto.
“A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões vai avançar com um projeto para criar uma Zona Livre Tecnológica (ZLT) na região, que pretende ser um centro de referência nacional para testes de drones de última geração”, anunciou, num comunicado divulgado hoje, aquela entidade.
O objetivo é “tornar o território um cluster para o desenvolvimento desta tecnologia, com aplicações diversas, desde militares a combate a incêndios, e, simultaneamente, captar conhecimento e investimento para a região”.
A CIM vai, por isso, “apresentar uma manifestação de interesse para acreditação de uma ZLT, junto da Agência Nacional de Inovação” (ANI), uma vez que as zonas estão enquadradas legalmente desde 2020 e com diversas vertentes.
No caso da projetada pela CIM Viseu Dão Lafões, a ZLT posiciona-se no setor dos “Drones e Aviação Civil”, que “terá como principal infraestrutura de suporte o Aeródromo Gonçalves Lobato em Viseu”.
O presidente da CIM Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, defendeu que esta ZLT se enquadra em “outras iniciativas estratégicas”, que a organização tem “vindo a desenvolver e implementar”, numa “abordagem consistente e estruturada de investimento na inovação e no empreendedorismo no território”.
Isto “tendo em conta o impacto positivo que os serviços e produtos inovadores têm na promoção do progresso social e económico e na transição para uma economia sustentável”, acrescentou.
Para o também presidente da Câmara de Viseu, esta ZTL, “com base na única infraestrutura aeronáutica funcional da região, é mais um passo importante no posicionamento do nosso território na área da investigação e desenvolvimento e tem o potencial de promover a participação em cadeias de valor nacionais e internacionais”.
“Esta iniciativa abrirá as portas a novas oportunidades de investimento associado às novas tecnologias na região e no país”, defendeu o autarca social-democrata.
O secretário executivo da CIM considerou este “um projeto estruturante para Viseu Dão Lafões, pois permite atrair projetos inovadores e investimento estrangeiro em tecnologias emergentes, além de promover uma cultura de experimentação”.
“Com a dinâmica gerada pela ZLT, serão desenvolvidos novos produtos e novos processos, com potencial de gerar emprego qualificado, não apenas no território de Viseu Dão Lafões, mas no país. Desta forma, promove-se a competitividade e o desenvolvimento económico deste território”, defendeu Nuno Martinho.
A área de intervenção dos drones está ainda por definir, mas “irá incluir zonas rurais e de floresta e zonas urbanas”, estando “prevista a testagem e aplicação de drones em áreas como a Defesa, a Floresta e o Ambiente, a Agricultura, as Cidades Inteligentes (segurança, entregas de encomendas e outros) ou a Aeronáutica e Espaço”, adiantou a Comunidade no mesmo comunicado.
Tendo em conta o “ritmo acelerado de desenvolvimento tecnológico”, a experimentação, “sobretudo em ambiente real, desempenha um papel central na investigação, desenvolvimento e implementação de serviços e produtos inovadores”, sustentou.
“É essa possibilidade que a criação da ZLT confere a Viseu Dão Lafões, de forma privilegiada, ao nível do desenvolvimento de drones”, justificou, dando como exemplo os drones que permitem detetar incêndios e antecipar o combate.
A CIM conta já com parceiros como a Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV) e o Instituto Politécnico de Viseu (IPV), mas quer “outros, públicos e privados”, assim como do “tecido empresarial”.
Lusa
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