Home / Notícias / “Quantas pessoas têm de ir parar ao hospital para se encerrar o Funicular?”

“Quantas pessoas têm de ir parar ao hospital para se encerrar o Funicular?”

O dia da inauguração ainda não tinha terminado e a Feira de São Mateus já registava um acidente.

O Funicular da Calçada de Viriato tem sido um problema para as pessoas que visitam a feira.

Com algumas protecções ao longo da linha pela Viseu Marca a verdade é que nas zonas de passagem o inesperado acontece e há quem tenha a infelicidade de meter o pé na calha.

Carlos Vieira, do Bloco de Esquerda de Viseu, conta o caso de um senhor que foi levado para o hospital na necessidade de levar 21 pontos na perna e indigna-se que a Viseu Marca e a Câmara insistam em manter o funcionamento do funicular nesta altura do ano.

Na semana passada registou-se mais uma ocorrência e segundo Carlos Vieira, o familiar da vítima recusou-se a voltar à Feira e que iria apresentar queixa à organização.

As crianças também estão vulneráveis ao perigo mas facilmente conseguem sair ilesas.

Carlos Vieira, como deputado municipal do bloco de esquerda, alertou as entidades para os perigos do Funicular mas garante que nada foi feito. Para ele as fitas sinalizadoras não são suficientes.

A Comissão Concelhia do BE vai solicitar ao Instituto de Mobilidade e dos Transportes, a autoridade competente para autorizar a construção e colocação em serviço de instalações por cabo para o transporte de pessoas, que proceda a uma acção de fiscalização para averiguar as condições adequadas de funcionamento do funicular.

 

Aqui fica na íntegra o comunicado enviado à redacção pela Comissão Concelhia do Bloco de Esquerda:

«QUANTAS PESSOAS TÊM DE IR PARAR AO HOSPITAL PARA SE ENCERRAR O FUNICULAR?

Logo no dia da inauguração da Feira de S. Mateus se verificou mais um acidente provocado pelo funicular da Calçada de Viriato, com uma jovem a meter o pé na calha do cabo de aço, entre os carris, com a perna a entrar à pressão, desamparada, mas já não a conseguindo retirar, por o joelho não conseguir passar, tendo de ser necessário, como sempre acontece ali, recorrer ao material de desencarceramento dos bombeiros.

No dia 24, um jovem, aparentando 19 ou 20 anos, também foi vítima daquela armadilha entre os carris do funicular, tendo sido socorrido em primeira mão pela Cruz Vermelha, em serviço na feira. Segundo testemunhas, o pai da vítima ficou tão indignado que disse que nunca mais voltaria à feira, a não ser no dia seguinte para apresentar queixa na Viseu Marca, entidade organizadora.

O último acidente de que tivemos conhecimento ocorreu no passado Domingo, dia 28, com uma jovem a ter de ser socorrida pela Cruz Vermelha após o que teve de seguir de ambulância para o Hospital.

Para além destes, verificaram-se outros acidentes, alguns envolvendo crianças (caiem mais facilmente por terem o pé pequeno, mas também o conseguem tirar com facilidade uma vez que o joelho não fica preso na calha).

O Núcleo de Viseu da Associação Olho Vivo tem denunciado inúmeros acidentes que têm ocorrido na linha do funicular, todos os anos. O primeiro acidente testemunhado ocorreu logo em 2009, o ano em que o funicular entrou em funcionamento e vitimou um familiar do proprietário do Restaurante o Churrasco, que o tinha vindo de Lisboa para o ajudar durante a Feira. O homem, de 46 anos, teve de levar 21 pontos (internos e externos) por o cabo de aço do funicular que estava em marcha, lhe ter rasgado a carne quase até ao osso. No ano seguinte foi a vez de uma filha de outro feirante, que teve de ser operada a um tendão no hospital de S. Teotónio, onde a informaram de que já era a 7ª vítima que ali fora socorrida. Só em 2014 a Olho Vivo denunciou a ocorrência de 4 acidentes na linha do funicular, alguns com fotografias das vítimas.

Como é possível que o gestor da Viseu Marca, Jorge Sobrado, que testemunhou o primeiro acidente ocorrido no dia da inauguração da Feira de S. Mateus, não tenha tido a coragem de suspender a circulação do funicular, durante a Feira mesmo depois de se tornar evidente que as fitas sinalizadoras e os avisos para não se circular ao longo dos carris não são suficientes para evitar acidentes, uma vez que não estão vedados e completamente protegidos todos os locais por onde as pessoas atravessam os carris, ainda por cima numa feira onde passam milhares de pessoas em magote pelo que não conseguem estar a olhar para o chão para detectar armadilhas que supostamente não deveriam existir numa feira com a projecção nacional como a de S. Mateus? Será que a publicidade do Banco Bic nas carruagens do funicular se sobrepôe à segurança dos visitantes da Feira?

Como é possível que o presidente da Câmara Municipal de Viseu não tenha a coragem de corrigir um dos maiores erros do seu antecessor cuja megalomania o levou a optar pelo funicular, em vez da passadeira rolante apenas na Calçada de Viriato, prevista inicialmente no projecto do arquitecto Manuel Salgado para o programa ViseuPolis?

O BE, através do seu deputado municipal já alertou os executivos de Ruas e de Almeida Henriques para os perigos do funicular, mas parece que a segurança dos viseenses, dos turistas e dos visitantes da Feira de S. Mateus não é uma prioridade.

Por isso, a Comissão Concelhia do BE irá solicitar ao IMT – Instituto de Mobilidade e dos Transportes, I.P. , a autoridade competente para autorizar a construção e colocação em serviço de instalações por cabo para o transporte de pessoas, que proceda a uma acção de fiscalização para averiguar as condições adequadas de funcionamento do funicular,

Viseu, 29 de Agosto de 2016

A Comissão Concelhia de Viseu do BLOCO DE ESQUERDA»

 

Pode ver também

Vouzela: GNR deteve homem por posse de arma proibida

O Comando Territorial de Viseu, da Guarda Nacional Republicana, através do Posto Territorial de Vouzela, …

Comente este artigo