Unidades de pré-série do grupo Peugeot-Citroën começaram a ser montadas três meses antes do início da produção em série, marcado para outubro.
12 anos e meio depois, os veículos da Opel voltaram a ser produzidos a partir de Portugal. A fábrica do grupo Peugeot-Citroën de Mangualde iniciou, na quarta-feira, a montagem do veículo comercial Opel Combo, com a saída da primeira unidade em pré-série. A produção em série deverá iniciar-se em outubro, segundo uma nota publicada na página oficial da fábrica do distrito de Viseu.
“Esta pré-série assinala o início dos testes em linha para verificar se o processo está preparado ao nível dos sistemas informáticos, meios, peças e formação”, refere a unidade de produção do grupo PSA em Mangualde. A fábrica do grupo liderado por Carlos Tavares vai produzir o Opel Combo nas variantes comercial e de passageiros
Na primeira semana de setembro, irá decorrer a segunda fase de pré-séries do Opel Combo, em que serão montadas 12 unidades. O ritmo de produção irá aumentar até ao início da montagem em série, agendado para outubro. Nessa altura, este modelo da Opel irá representar 12% da produção na fábrica.
Portugal, Espanha, França e Itália serão os quatro principais mercados do Opel Combo, que será produzido em conjunto com a unidade de Vigo, tal como já acontece com a Citroën Berlingo e a Peugeot Partner.
A PSA Mangualde assinala ainda que “este novo produto vai possibilitar uma maior estabilidade e flexibilidade dos volumes de produção, para responder a um mercado automóvel volátil e cada vez mais exigente.
A possibilidade de a PSA Mangualde produzir o Opel Combo foi admitida pelo diretor-geral da fábrica, José Maria Castro, em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF. “Não há nada que impeça a produção do Opel Combo em Portugal. Temos de fazer alguns trabalhos e investimentos, mas nada crítico nos impede de fazer o carro”, revelou o gestor espanhol no final de janeiro.
O Combo foi precisamente o último veículo produzido pela antiga fábrica da Opel em Portugal, na Azambuja, que fechou em dezembro 2006.
Arranque no meio de greve
O início da produção do Opel Combo ocorre num momento em que os trabalhadores da fábrica de Mangualde estão a fazer greve ao trabalho aos sábados até ao final do ano. Os operários exigem negociar com a administração um novo regime de banco de horas. A administração já ameaçou fechar a unidade do distrito de Viseu se não houver um regime de trabalho flexível.
Desde 13 de julho e até ao final deste mês, os operários estarão seis dias consecutivos, na linha de montagem, com turnos diários de até 10 horas. Em troca, a PSA Mangualde diz que vai pagar um prémio extraordinário de 17 euros por cada sábado de trabalho a mais. Este cenário vai repetir-se em agosto: apesar de a fábrica parar três semanas, será necessário trabalhar nos sábados e domingos, na semana antes e depois da pausa de Verão. Por esses quatro dias a mais, a PSA Mangualde compromete-se a pagar um prémio extraordinário de 50 euros.
Nos primeiros seis meses de 2019, a PSA Mangualde produziu 38 mil automóveis, mais 15,1% do que no mesmo período do ano passado (33 mil unidades). Desde abril de 2018, a fábrica do grupo liderado por Carlos Tavares labora com três turnos diários de produção.
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