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Lúcia silva vereadora do PS CM de Viseu

PS Viseu reage à investigação da PJ ao autarca Almeida Henriques

O ex-secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional e atual autarca de Viseu, Almeida Henriques, está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto e Ministério Público por suspeitas de ter sido facilitador dos negócios de José Agostinho Simões, empresário detentor da marca Tomi, acusado no processo do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).

Através de uma empresa tida por “testa de ferro”, o político terá recebido cerca de 120 mil euros pelos serviços prestados enquanto esteve no Governo e no Parlamento.

Ao JN, Almeida Henriques recusou qualquer declaração. No final de outubro, quando o JN noticiou a sua constituição como arguido, o autarca disse: “Só me pronunciarei quando conhecer o que consta do respetivo processo, sendo certo que estarei sempre disponível para colaborar com a justiça”.

Para a PJ, Henriques telefonou a autarcas e outros decisores políticos, como Manuel Machado, de Coimbra, e ainda Rui Moreira, do Porto, para que estes recebessem o empresário José Agostinho e assim tentar obter negócios.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, a investigação acredita que este “esquema” começou em 2010, quando Almeida Henriques terá começado a receber uma avença mensal de 1200 euros através da QJ Consultadoria Empresarial, que o então deputado na Assembleia da República deixou de gerir em 2011, passando a gerência para a sua mulher.

Para a PJ, esta empresa foi criada apenas com o intuito de formalizar pagamentos proveniente do empresário Agostinho Simões, sendo que, apesar do abandono da gerência, Almeida Henriques terá mantido sempre o controlo.

O politico foi escutado e os investigadores reuniram comunicações trocadas entre os suspeito, nas quais o autarca pediu dinheiro ao empresário.

Segundo a nova investigação batizada com Éter III, Almeida Henriques terá, em 2010, aproveitando as suas funções enquanto deputado e membro da Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Energia e do Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento Regional para dar informações privilegiadas ao empresário que, naquela altura, estava a criar a empresa Tomi World e a montar um processo para obter milhões de euros em fundos comunitários.

Um ano depois, Almeida Henriques tomou posse como Secretário de Estado Adjunto da Economia de Desenvolvimento Regional, passando a estar diretamente ligado aos Fundos Estruturais do Quarto de Referencia Estratégico Nacional (QREN).

A investigação apurou que o QREN atribuiu apoios de 2,8 milhões de euros ao empresário de Viseu e que, graças a deliberações do então governante, passou de uma taxa de cofinanciamento de 70% para 85%.

Em declarações à Alive Fm, Lúcia Silva vereadora do PS na câmara de Viseu, diz que “cabe à justiça julgar”, quando aos esclarecimentos, diz a vereadora socialista, que cabe a Almeida Henriques “tirar as ilações perante os Visienses”.

Perante as suspeitas que recaem sobre o presidente da câmara de Viseu, a vereadora do PS diz que cabe ao autarca tomar a decisão se deve ou não suspender o mandato, enquanto decorrem as investigações da Policia Judiciária e do Ministério Público.

Lúcia Silva, diz ainda que “são escassas as informações sobre o caso” e que apenas se baseia nas informações da notícia avançada ontem pelo JN.

Almeida Henriques, presidente da câmara de Viseu, ainda não prestou declarações à comunicação social, o autarca tem remetido para a declaração que escreveu no facebook pessoal.

Declaração de Almeida Henriques.

Relativamente às notícias publicadas hoje reitero a publicação que fiz a 30 de outubro último.
Só me posso pronunciar sobre aquilo que conheço, designadamente o que saiu nos jornais. Não tive nem tenho nada a ver com os factos relacionados com a designada “Operação éter”. Em relação a outros eventuais factos sob investigação, só me pronunciarei quando conhecer o que consta do respetivo processo, sendo certo que estarei sempre disponível para colaborar com a justiça e contribuir para o apuramento da verdade. Todavia, creio ser fundamental realçar que o princípio da presunção de inocência não deve jamais ser desrespeitado, seja quem for a pessoa, pelo que meras suspeições não devem nunca dar lugar a julgamentos na praça pública
”.

 

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