O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu, Guilherme Almeida, mostrou-se hoje preocupado com o aumento do preço dos combustíveis previsto para a próxima semana e alertou que a sustentabilidade das corporações pode ficar em risco.
“A baixa desta semana veio serenar um pouco os ânimos, mas já vai subir novamente segunda-feira”, o que está a deixar as corporações apreensivas, lamentou Guilherme Almeida, em declarações à agência Lusa.
O Ministério das Finanças estimou hoje que o preço por litro do gasóleo deverá aumentar em 16,4 cêntimos na próxima semana e o preço da gasolina em seis cêntimos.
O também comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas lembrou que “o preço de quilómetro reporta a um despacho de 2012” e, atendendo aos aumentos do preço dos combustíveis e de outros custos ao longo destes dez anos, como “o salário mínimo nacional, veículos, seguros e manutenções”, os bombeiros estão “a atingir um valor de custos incomportável para aquilo que é o valor da receita”.
“Todos os dirigentes que estão de forma voluntária e abnegada estão a cumprir com a sua missão na associação, mas também querem honrar os seus compromissos e ao fim do mês pagar as contas”, frisou o responsável, lamentando que, até agora, o Governo não tenha criado “um mecanismo de apoio para os bombeiros”.
Neste momento, a preocupação está relacionada com o transporte de doentes não urgentes, que representa “a grande percentagem da atividade” dos bombeiros.
“Mas, obviamente, teremos outra preocupação a curto prazo com a entrada do dispositivo e da época crítica de incêndios, em que temos veículos que consomem muito mais combustível”, avisou Guilherme Almeida.
O dirigente disse ainda os atrasos no pagamento às corporações “cria grandes transtornos de tesouraria”.
“O Estado demora a pagar. Está a pagar-nos tarde e a más horas”, criticou, acrescentando que o pagamento chega a demorar dez meses, mas as corporações têm apenas 15 dias para pagar os combustíveis aos fornecedores.
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