A cabeça de lista do BE à Câmara de Viseu, Manuela Antunes, lamentou que as obras de requalificação do Bairro Municipal não estejam a respeitar as vontades dos moradores.
A candidata do Bloco de Esquerda (BE) disse concordar a “200%” com a requalificação, que já devia ter acontecido há muito tempo, mas que devem ser respeitadas “as pessoas que lá vivem há décadas e que são a alma do bairro”.
“Tinham alguns compromissos com as pessoas e, pelos vistos, não se estão a verificar. Desde quartos com dimensões mais pequenas a outras situações”, apontou.
Manuela Antunes visitou esta quinta-feira o Bairro Municipal, que começou a ser requalificado no final do ano passado. No arranque das obras, orçadas em cerca de sete milhões de euros, o então presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques (PSD), disse que o objetivo era preservar a identidade do bairro e melhorar as condições de vida dos moradores.
No entanto, segundo Manuela Antunes, assistem-se a decisões tomadas “em gabinete, sem irem ao encontro do interesse das pessoas”.
A candidata do BE lamentou também que estejam a tentar mudar algumas pessoas de casa, “para depois atribuir essas casas a outras funções”, servindo, por exemplo, de sede a associações.
Isso acontece com as casas da entrada, “as que dão visibilidade ao bairro”, acrescentou.
“As casas de que querem que as pessoas saiam para irem para outras tiveram investimento grande dessas pessoas. Muitas das obras que têm sido feitas, ao longo destes anos, para terem condições de habitabilidade, foram os próprios moradores que as fizeram. Há ali muito dinheiro investido nos interiores”, frisou.
Durante a cerimónia de consignação das obras, Almeida Henriques explicou que seriam reabilitadas 77 casas: as das pessoas que já estavam no bairro e outras que acolherão jovens casais.
Para além destas casas, estavam previstas nove destinadas a várias funções, como a Casa da Memória (uma espécie de museu do bairro) e cinco para residências artísticas.
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