Os municípios fortemente afectados pelos incêndios de outubro querem proteger os solos e as linhas de água através de concursos públicos e financiados por fundo nacionais e internacionais.
Em Vouzela, por exemplo, onde mais de 85% da floresta e cerca de 73% da área do concelho foram devastadas, a autarquia está a preparar uma candidatura de quase 1,5 milhões de euros para fazer a contenção de taludes e a requalificação de linhas de água.
O autarca Rui Ladeira, explicou à LUSA que o intuito é “evitar a erosão, sobretudo com paliçadas de segurança nas zonas mais inclinadas e onde o processo erosivo é mais gravoso”. Medidas, que serão financiadas, como limpar o mato que ardeu e que subsiste nas linhas de água e fazer sementeiras e plantações “para se conseguir fazer já uma recuperação dos taludes e das zonas mais sensíveis” serão outras das principais preocupações. Além disso, como já se faz em Espanha, espera vir a lançar palha nos terrenos, através de meios aéreos. Esta medida poderá ou não estar contemplada nos concursos financiadas, mas será para avançar.
Já em Tondela, o presidente José António Jesus, garantiu à LUSA que “já foi feita uma caracterização das zonas mais vulneráveis do concelho, mas que “ainda decorre algum período de ajustamento”. Depois disso, as candidaturas em causa serão submetidas. O autarca alertou para o facto de se nada se fizer quanto a esta temática poderão estar em causa “deslizamentos, erosão de solos e, consequentemente linhas de água afetadas”.
Aos proprietários de Tondela foi pedido que não removessem a madeira queimada, como os eucaliptos, para garantir “uma melhor estabilidade” das terras.
José António Jesus lembrou que se depois de apresentadas as candidaturas “não forem imediatamente disponibilizadas verbas (…) corre-se o risco de chegar à primavera ou ao início do verão sem nada resolvido e com danos irremediáveis”.
Comente este artigo