Mais de sessenta pessoas dos concelhos de Carregal do Sal, Nelas, Oliveira do Hospital, Fornos de Algodres, Tábua, Tondela e Viseu encheram a sala de reuniões da Junta de Freguesia de Beijós, este fim-de-semana, para participar na iniciativa promovida pelo Bloco de Esquerda e moderada por Diego Garcia da Comissão Coordenadora Distrital e deputado municipal em Carregal do Sal. Em debate estiveram as consequências para o ambiente e para a saúde dos projetos de prospeção e exploração de lítio e outros minerais na região.
A participação de dezenas de pessoas na sessão contou com a afluência de mulheres e homens de outros concelhos, foi elucidativa das preocupações em torno da prospeção/exploração de lítio e outros minerais suscitadas pela opacidade do processo, bem como das interrogações que o mesmo suscita.
A ativista contra a exploração mineira na Serra de Argemela, Maria do Carmo Mendes deu conta dos passos seguidos na região da Covilhã contra o projeto de exploração a céu aberto de lítio, à revelia das populações. Alertou para o facto de, por detrás se moverem poderosos interesses económicos, patrocinados pela União Europeia, que têm como objetivo não só o lítio, mas minérios diversos que tornam viável a exploração, nomeadamente o estanho. A ativista defendeu ser fundamental alargar o movimento a todas as regiões que estão na mira deste negócio e coordenar a intervenção, para dar força e eficácia ao movimento.
Por seu turno, Diego Garcia, enfatizou a importância da mobilização das populações na defesa dos seus concelhos, dando como exemplo a inflexão de posições da Câmara Municipal de Carregal do Sal, que depois de numa reunião da Assembleia Municipal, com a presença de muitos populares, a questão ter sido suscitada., passou a opor-se á exploração de lítio no concelho.
Já a deputada do BE, Maria Manuel Rola, referiu que a exploração de lítio em Portugal é apresentada como alternativa às energias fósseis, mas que esta é uma questão complexa que apresenta aspetos contraditórios, sendo que a exploração de lítio surge como “uma mina de ouro” que branqueia impactos ambientais. Referiu que representa uma clara aposta no aumento de automóveis elétricos, ao passo que questões como a melhoria e generalização dos transportes públicos, que contribuiria para uma drástica diminuição de CO2 ficam de fora.
Foram muitas das questões colocadas pelas pessoas presentes que enfatizaram a necessidade de mais informação sobre o tema e a necessidade de se coordenarem esforços em torno da defesa da qualidade de vida das populações e da defesa do ambiente.
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