Carla Antunes Borges, que assumiu no domingo as funções de presidente da Câmara de Tondela, pretende desenvolver “um projeto de continuidade”, mantendo as mesmas prioridades de José António de Jesus (PSD), que pediu suspensão de mandato por 180 dias.
“Não haverá alterações aos objetivos a levar a cabo, portanto, será sempre uma lógica de continuidade”, disse à agência Lusa Carla Antunes Borges, que era a vice-presidente daquela autarquia do distrito de Viseu.
A agora presidente, em substituição, explicou que se manterão como prioridades “o desenvolvimento económico, as questões ambientais, a captação de investimento, a fixação de pessoas e o bem-estar social e económico”.
“No fundo, são os grandes eixos que durante a campanha foram colocados em cima da mesa. Serão esses que merecerão da nossa parte uma atenção especial”, garantiu.
Enquanto ocupar o cargo de presidente, Carla Antunes Borges pretende “dar continuidade às grandes obras que estão a decorrer, como a ampliação das zonas industriais e a conclusão do centro tecnológico”.
“Estamos num momento de encerramento de candidaturas e de quadros comunitários. A nossa grande preocupação é também encerrarmos e concluirmos essas áreas e esses eixos”, justificou a antiga deputada parlamentar.
José António de Jesus pediu a suspensão do mandato por 180 dias, a partir de sábado, depois de, em 26 de novembro de 2021, o Tribunal de Viseu o ter condenado a uma pena de cinco anos de prisão (suspensa na execução) e declarado a perda de mandato (só tornada definitiva após o trânsito em julgado do acórdão).
“Nestas últimas semanas, tenho sido sujeito, em desrespeito absoluto pelo princípio da presunção de inocência, a condicionantes e a uma pressão que não posso aceitar”, lamentou o autarca, num comunicado divulgado no final de 2021.
Reeleito em setembro de 2021 para o terceiro mandato consecutivo, José António de Jesus foi condenado por um crime de peculato e dois de falsificação de documento.
O tribunal deu como provado que se apropriou de dinheiro público ao receber pagamentos indevidos por deslocações em viaturas próprias, quando na verdade fez as viagens em viaturas do município.
“Tanto José António de Jesus como Pedro Adão [antigo vice-presidente, também condenado no mesmo processo] interpuseram recurso e, a acompanhar, apresentaram um parecer de um professor da Universidade de Coimbra”, sustentando que não praticaram crimes, disse à Lusa fonte da defesa.
Carla Antunes Borges referiu que ocupará o novo cargo com “o sentimento de continuidade de um compromisso” que assumiu “com o concelho e com o projeto do PSD, que tem sido desenvolvido ao longo de vários anos e de vários mandatos, com vários intervenientes”.
“O meu sentimento é de empenho, de motivação e de sentido de responsabilidade, de forma a dar continuidade a um projeto que vem de trás e que foi sufragado no último ato eleitoral”, sublinhou.
O cargo de vice-presidente que Carla Antunes Borges exercia será ocupado pelo vereador João Carlos Figueiredo.
Comente este artigo