O Movimento em Defesa da Sala de Cinema Ícaro, em Viseu, considerou que a interrupção das sessões regulares do Cine Clube de Viseu “vem dar razão à necessidade da existência pública” daquele espaço.
O movimento refere que “o Cine Clube de Viseu tentou, por várias vezes, junto da Câmara Municipal de Viseu, promover a reabertura da sala de cinema ícaro, como sala de excelência para o cinema da cidade”.
“Esta paragem só vem dar razão à necessidade da existência pública deste espaço, dedicado à programação de cinema, deixando assim outras salas de Viseu mais disponíveis para outras atividades artísticas”, refere em comunicado o Movimento em Defesa da Sala de Cinema Ícaro.
“Os cinéfilos de Viseu encontram-se neste momento, e por tempo indeterminado, sem acesso ao cinema independente. Não há alternativas (regulares) para este público, quando existe uma sala de cinema disponível para ser a casa do cinema”, acrescenta.
O Movimento em Defesa da Sala de Cinema Ícaro surgiu em 2018, com o objetivo de dar a conhecer um espaço que esteve fechado desde 2005.
As portas desta sala foram reabertas no evento ‘Que sala é esta?’, que teve como objetivo mostrá-la “a quem quisesse reviver, conhecer e até reabrir este espaço”.
“A reabertura, efémera, aconteceu em maio, com a realização em Viseu do Desobedoc, Mostra de Cinema Insubmisso. Ficou assim provada a viabilidade daquele espaço para a realização de eventos de cinema independente, tendo recebido mais de 750 pessoas em cinco dias”, acrescenta.
Em julho, foi lançada uma petição em defesa da sala, que obteve cerca de 1.200 assinaturas, e “a atividade do movimento ficou suspensa temporariamente, enquanto acompanhou o processo de interesse de um grupo privado neste espaço”.
“Durante este processo tentámos, junto dos interessados, que o projeto preservasse a identidade e a função principal da sala, o cinema”, conta o movimento.
Agora, espera “o desenrolar do processo, na esperança de que a Sala de Cinema Ícaro volte a projetar cinema independente e clássicos do cinema, bem como promover o cinema português”.
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