Morreu Miguel Veiga, tinha raízes em Moimenta da Beira
Miguel Veiga, advogado, uma das personalidades mais cultas e ilustres da cidade do Porto, e um dos fundadores do PSD (então PPD), em 1974, ao lado de Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão, morreu esta segunda-feira, 14 de novembro.
Tinha 80 anos de idade e nascera no Porto (30 de junho de 1936), mas as raízes paternas, a dos “Veigas”, eram todas de Moimenta da Beira, e, quer o pai, Luiz Veiga, quer o tio, Pedro Veiga, advogados como Miguel, e com vasta obra publicada, foram também eles figuras ilustres do Porto e estiveram ambos ligados a movimentos culturais e cívico anti-regime.
Miguel Luís Kolback da Veiga (a mãe era francesa, que cursou Filosofia na Sorbonne) era licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (1959), e fez carreira na advocacia. Deputado à Assembleia Constituinte (1975), apoiou, não obstante o seu vínculo partidário, Mário Soares na primeira candidatura à presidência da república.
Foi condecorado com a Grande Oficial da Ordem da Liberdade, sendo também membro do Conselho das Ordens Honoríficas. Em 2007 foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro.
Tem obra publicada, de que se destaca: “Francisco Sá Carneiro – 20 Anos depois”; “Um Advogado em Redor das Letras à Volta do Porto”; “A Consciência Entre o Lícito e o Ilícito”; e “Os Poemas da Minha Vida”.
Homem culto que viveu rodeado de livros, tinha, na casa onde vivia, na Foz, e no escritório, perto da Avenida do Aliados, nas paredes e no mobiliário, objetos belos, vidros, móveis, frases de poetas. Era um amante das artes, e guardava, entre outras obras, quadros de Menez, mulheres nuas de Cutileiro e um desenho que Mário Botas fez para ele.
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