Home / Notícias / Ministério Público pede 25 anos de prisão para Pedro Dias
Foto CM

Ministério Público pede 25 anos de prisão para Pedro Dias

As alegações do procurador do Ministério Publico depois de Pedro Dias dar o seu testemunho.

“Esta versão é incoerente e inconsistente”, afirma. “A versão do arguido esta em contradição com aquilo que foi relatado pelo guarda Ferreira, cujo testemunho esta fundamentado por provas. As declarações do arguido não põem em causa a prova produzida. Arguido não mostrou nem arrependimento nem respeito pelos familiares das vítimas”, continua.

“Quero deixar bem claro que as declarações de Ferreira são claras e têm credibilidade. Desde logo as razões para que a patrulha passasse naquele local. Os dados do GPS do carro patrulha mostram que andam às voltas. Conjugando com os telemóveis sabemos que o carro permaneceu desde as 2h36 até às 2h56. Só às 5h00 é que as comunicações voltaram. Permaneceu no local onde foi morto o Caetano. O primeiro telefonema deste militar foi às 2h49 para a GNR. O segundo foi às 2h53. Está tudo em linha com o que disse Ferreira. Às 2h54 houve outro telefonema do Caetano”, diz ainda o procurador. “Não faz sentido que tenha sido a GNR a inventar matrículas. Escuso-me de dar explicações ou fazer comentários. Obviamente o arguido tratou de tirar o corpo do Caetano para fazer crer que a morte tinha ocorrido noutro local”.

“Pedro Dias engendrou um plano para afastar as suspeitas de si”.

Ministério Público O Ministério Público continua:”O arguido conduziu o carro patrulha por caminho de terra na Serra da Lapa. O carro imobilizou-se depois de embater numa pedra. O arguido arrancou a pega do carro onde António Ferreira estava algemado, ordenou-lhe que saísse do carro e abraçasse um pinheiro ali perto. Ao faze-lo, o arguido disferiu-lhe um disparo na face. As provas físicas confirmam esta descrição relatada pelo Guarda Ferreira.”

“O Guarda Ferreira conseguiu recuperar sentidos, pedir ajuda, e indicar o sitio onde tinha sido alvejado e onde estava o carro patrulha com o corpo de Carlos Caetano. O que se veio a confirmar instantes mais tarde. Depois de realizar as manobras necessárias e desfazer-se dos dois militares, o arguido teve necessidade de se deslocar ao local onde tinha começado tudo para recuperar a carrinha”, continua o MP.

“O Luís e a Liliane terão sido abordados pelas 6h25 de acordo com imagens da estação de serviço da Quinta das Lameiras, por onde o casal passou minutos antes. O relatório balístico confirma que Luís e Liliane foram baleados pela arma de Carlos Caetano, que já tinha sido morto. A mesma arma que estava na posse do arguido e que foi abandonada na Serra da Freita. Quando o casal foi abordado, Carlos Caetano já estava morto na mala do carro e António Ferreira já tinha sido baleado na Serra da Lapa junto ao pinheiro.

“As provas mostram que Luís Pinto foi baleado na berma da estrada. O facto de terem sido encontrados dois invólucros junto aos corpos e de Luís ter sido baleado na berma da estrada levam a concluir que Liliane foi baleada no local onde os corpos foram encontrados no meio do mato O arguido depois usou o carro do casal abatido para seguir até às termas da Cavaca para recuperar a sua própria viatura que posteriormente trocou com o auxilio da Ana Cristina”, continua.

“De resto, Ana Cristina disse que o arguido estava calmo, não apresentava ferimento algum e não referiu nenhuma situação com os militares. Quando contactado pela GNR, pelo cabo Marques, agiu calmamente e apresentou uma versão alternativa que tinha criado durante a noite. Confirmou que tinha sido fiscalizado mas que depois cada um seguiu a sua vida. Se ele não quisesse encobrir os crimes tinha contado o que se passou ao cabo Marques, com quem até tinha boas relações. Mas não fez isso. Quis encobrir os crimes e despistar as autoridades. A versão do arguido é fantasiosa”.

“O arguido engendrou um plano para afastar as suspeitas de si. Disparou sobre António Ferreira com intenção de matar. Tentou ocultar vestígios, usou luvas. Tudo para tentar não deixar vestígios”, continua o MP.

“O arguido deve ser condenado a pena máxima de 25 anos de prisão” Ministério Público.

Quanto ao que aconteceu em Moldes, o Ministério Público avança: “a testemunha António Duarte afirmou que antes de entrar em casa a Dona Lídia não tinha ferimentos e quando ele próprio entrou em casa, minutos depois, ela já estava bastante ferida. A D.Lídia não pode dar hoje o seu testemunho mas relatou que Pedro Dias lhe bateu diversas vezes com a cabeça no chão. As provas físicas mostram isso mesmo”.

O Ministério Público pede que Pedro Dias seja condenado por três homicídios qualificados na forma consumada, pelo crime de homicídio qualificado na forma tentada (António Ferreira), ofensa à integridade física qualificada (Lídia), sequestro (António Ferreira, António Duarte e Lídia), roubo e posse de arma proibida.

“[Pedro Dias] foi contra a vida destas pessoas por motivos mesquinhos” Ministério Público.

“As lesões que António Ferreira sofreu não lhe permitem retomar a vida que tinha. Os atos foram muito graves.”, diz a procuradora algo emocionada.

“A morte de um ser humano é sempre uma tragédia. Mas neste caso, pelo número de vítimas e pelas próprias vítimas, todas bastante jovens, a tragédia foi ainda maior. O arguido foi contra a vida destas pessoas por motivos mesquinhos e de forma desproporcional. Luis e Liliane foram mortos apenas porque o arguido precisava do carro para continuar a fuga. Passados mais de 14 meses o arguido não revela arrependimento e mais uma vez tenta engendrar um plano para se furtar à responsabilidade dos seus atos. Sendo uma pessoa de posses nada fez para ajudar aqueles a quem tirou os filhos, tudo o que tinham.”, acrescenta o Ministério Público.

“O arguido deve ser condenado a pena máxima de 25 anos de prisão”, afirma o MP.

CM

 

Pode ver também

Operação Censos 2024: Viseu – GNR sinalizou 3.325 idosos que vivem sozinhos ou isolados

No âmbito da operação “Censos 2024”, a GNR (Guarda Nacional Republicana), sinalizou entre 1 de …

Comente este artigo