Os oleiros de Molelos receberam hoje as primeiras etiquetas de certificação da louça preta, o primeiro produto artesanal certificado no concelho de Tondela, que distingue o barro cozido de forma tradicional ou em forno normal.
É o primeiro produto certificado por uma entidade certificadora, que obriga a uma série de procedimentos, nomeadamente à publicação em Diário da República, e hoje encerra todo um processo com a entrega das etiquetas aos oleiros”, referiu o vice-presidente da Câmara de Tondela.
Pedro Adão explicou que a certificação teve início em 2019 e, “depois de alguns atrasos em 2020, por força da pandemia, finalmente hoje, em parceria com todos os oleiros, os produtos vão para a rua com certificação”.
“A louça preta de Molelos é um produto que está mais do que no mercado, tem o potencial que tem, e é precisamente para garantir a sua continuidade que foi certificado, porque vai dar a capacidade de entrar noutros mercados e garantir a exclusividade do produto”, defendeu Pedro Adão.
Esta certificação tem duas etiquetas diferentes: “Uma é para os produtos cozidos de forma tradicional, em forno a lenha ou até na `soenga`, o processo ainda mais antigo e tradicional, em que as peças são cozidas em buracos na terra, e uma segunda é para a louça cozida em forno normal, para que o cliente saiba o que está a comprar”.
Apesar de haver mais locais no país com barro preto, Pedro Adão destaca que com esta certificação está “referenciada a um território próprio, Molelos”, freguesia de Tondela e “é exclusivo a este território e não há mais nenhum igual”.
“É produzido neste território, com o barro deste território e com a tradição que se mantém no território. Há todo um manual de certificação que os oleiros têm de cumprir e que garantem que não haverá concorrências desleais do produto”, assegurou.
No seu entender, a certificação tem “uma importância enorme” e é “uma proteção ao artesanato e do artesão”, neste caso, de cinco olarias, e cerca de oito artesãos, que trabalham a louça preta de Molelos e que hoje receberam as primeiras etiquetas para os seus produtos.
O processo foi “todo suportado pela Câmara” e envolveu todos os artesãos e as entidades responsáveis, entre elas o Instituto de Emprego e Formação de Portugal (IEFP) , que “obriga a uma série de procedimentos, nomeadamente à publicação em Diário da República”.
Uma certificação que o vice-presidente da Câmara disse também que vai fazer com que “as entidades responsáveis continuem a acompanhar o trabalho dos artesãos” e “verifiquem no local o cumprimento do manual” de certificação.
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