O Entrudo de Lazarim mantém-se, passadas tantas décadas, o símbolo do sentir e da arte popular desta povoação do concelho de Lamego, sempre em respeito pela autenticidade e pela tradição.
Este ano, a chuva não chegou para afastar milhares de curiosos que acorreram à pequena vila para celebrar o Entrudo mais genuíno do país, recriando um ambiente de folia e confraternização sem igual.
O momento mais alto dos festejos foi a leitura pública dos testamentos na Terça-Feira Gorda que atraiu uma multidão para escutar atentamente a herança da “comadre” e do “compadre”.
Nesta altura, taparam-se os ouvidos aos mais sensíveis, pois foi o momento das verdades guardadas durante todo o ano se fazerem escutar, respeitando a regra de ouro de só os solteiros poderem criticar e ser alvo de chacota.
Como é tradição, logo a seguir mandou-se queimar dois bonecos de pano que representam os compadres, um ato que simboliza a expulsão dos maus pensamentos e a purificação das mentes.
Este ano, dezenas de novas máscaras desceram à rua para desfilar, esculpidas pacientemente em madeira de amieiro pelas mãos dos artesãos da freguesia, com o objetivo de recuperar a memória histórica das suas gentes.
A Terça de Entrudo terminou com a oferta do tradicional caldo de farinha e da feijoada, feitos em potes de ferro, a todos os presentes. Este evento é organizado em parceria pela Junta de Freguesia de Lazarim e pela Câmara Municipal de Lamego, com o apoio do Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (CIMI).
Recorde-se que a autarquia está a candidatar estas máscaras a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
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