A Infraestruturas de Portugal (IP) lançou o concurso para estabilização de taludes na Estrada Regional 228 (ER228), em Vouzela, num investimento de 3,9 milhões de euros, que deixou o presidente da Câmara satisfeito, mas também preocupado com o atraso do projeto.
Segundo uma nota de imprensa, “a empreitada tem como preço base o valor de 3.950.000,00 euros e um prazo de execução de 420 dias, e compreende a intervenção em 18 taludes de escavação e três aterros localizados ao longo de um troço com oito quilómetros da ER228” nas freguesias de Queira, Ventosa e Vouzela, e União de Freguesias de Fataúnços e Figueiredo das Donas.
“Revestimentos pregados com betão projetado e redes de alta resistência; barreiras dinâmicas para proteção da via contra a queda de blocos da encosta natural; preenchimento de infraescavações; enchimento em betão do tipo ciclópico a envolver os blocos rochosos existentes; colocação de manta orgânica de revestimento associada a redes de tripla torção e construção de muros em gabião e betão armado”, são algumas das intervenções, especificou a nota de imprensa.
Segundo a IP, “os aterros serão estabilizados com a colocação de muros de gabião, complementando a intervenção com a pavimentação integral do local e a colocação de nova sinalização e de equipamentos de segurança nas zonas a tratar”.
O presidente da Câmara Municipal de Vouzela assumiu à agência Lusa a sua “satisfação” pelo lançamento deste concurso, porque “há muito que o município alertava para este problema e para a perigosidade” desta estrada.
“A ER228 tem um fluxo muito significativo de viaturas todos os dias, com famílias, crianças e camiões de empresas que ali circulam e havia muitas cedências dos taludes que estão visíveis” na via, lembrou Rui Ladeira
Desde 2019, de acordo com o autarca, só foi intervencionado um dos 21 pontos críticos identificados pela IP.
Rui Ladeira especificou que “o que foi desbloqueado foi a primeira fase do projeto elaborado pela IP, que tem uma segunda fase e cujo concurso deveria ter sido lançado no terceiro trimestre deste ano, mas não foi”.
“Agora, esperemos que este concurso de quase quatro milhões [da primeira fase] não fique deserto para executar a curto prazo, porque na prática resulta em sete a oito meses para o arranque da obra que vai ser superior a um ano e até lá esperemos que nada aconteça nesta estrada”, apontou.
O autarca reconheceu que “é uma boa notícia” e por isso o executivo “está satisfeito”, não só com o concurso, como “também com o compromisso assumido pelas IP, na pessoa do senhor vice-presidente, que garantiu que a estrada não seria fechada, mas sim condicionada ao trânsito” durante as obras.
“Apesar de satisfeitos, estamos preocupados pelo atraso no lançamento do concurso da segunda fase do projeto que a IP apresentou como urgente. Ou seja, o cronograma que nos foi apresentado implicava que, ainda este ano, no terceiro trimestre de 2021, haveria um procedimento concursal de seis milhões para a segunda fase de forma a cumprir com todo o plano de segurança da ER228”, apontou.
Rui Ladeira explicou que a segunda fase contempla “pórticos de proteção, tipo falsos túneis, em dois locais, destes oito quilómetros que estão em causa, onde se verifica um maior risco de queda de blocos provenientes da encosta”.
“Esta campanha de prospeção consumiu mais algum tempo e, de forma a não condicionar as restantes 20 intervenções, ou seja, esta primeira fase, a IP dividiu o estudo e a obra em duas fases distintas e esta segunda é para estes pórticos num investimento de seis milhões”, precisou.
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