Fernando Cartaxo, jogador de futebol no Desportivo de Mangualde, clube do distrito de Viseu, completa no sábado 50 anos e só não os comemora no relvado porque a pandemia de covid-19 obrigou à suspensão das competições distritais.
Começou a jogar “em miúdo”, e tem fresca na memória a recordação da estreia como sénior, “num jogo frente ao Desportivo das Aves”, tinha então 17 anos.
Defesa central, em vésperas de comemorar meio século de vida, Cartaxo continua no ativo, integrando o plantel do Desportivo de Mangualde, atual 14.ª classificado da Divisão de Honra, principal campeonato organizado pela Associação de Futebol de Viseu, e há 24 anos que veste de amarelo e azul.
“Já faço parte da mobília”, diz, com um sorriso, não escondendo ser visto pelos companheiros como “uma referência”, pelos anos que leva no clube, mas “no Mangualde não há novos, nem velhos, há um plantel com espírito e determinação”, e isso mantém na mesma dose que tinha quando começou a jogar futebol.
Depois de ter passado pela formação do Viseu e Benfica e do Académico de Viseu, onde, aos 18 anos, integrou o plantel dos viseenses que na temporada 1988/89 disputou a então I Divisão Nacional de futebol, teve uma breve passagem pelo Peniche, regressando mais três anos ao Académico, antes de assinar pelo Mangualde, em 1997, onde está até hoje.
O fim da carreira “já esteve para acontecer no final da época passada, mas o presidente não deixou”, e, mais do que força nas pernas, Cartaxo garante que “é a motivação em jogar futebol” que ainda o faz ir treinar e jogar, mesmo depois de muitos quilómetros diários ao volante, que os compromissos profissionais fora do futebol exigem.
A família tem sido um apoio importante ao longo da carreira e não ‘cobra’ as muitas horas de ausência: “A minha mulher habituou-se e tem sido um grande apoio. Ela diz que só vou deixar o futebol quando não der para jogar com canadianas”, observa, entre sorrisos.
“Custa muito ver o futebol distrital parado”, uma realidade em tempos de pandemia que para Cartaxo colide com uma outra, a do peso dos anos e de uma carreira que não vai durar muito mais. “Tudo começa e tudo tem um fim, e o meu está a chegar, mas vou continuar, até que as pernas deixem”, garante.
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