Um antigo escriturário acusado de ter desviado cerca de 1,6 milhões de euros da Conservatória do Registo Predial de Viseu, crime que confessou, num processo que envolve também a ex-mulher e um casal amigo, foi condenado pelo tribunal a 12 anos de prisão.
Osvaldo Pires, que começou a ser julgado no final do ano passado, foi condenado pelos crimes de peculato, falsificação de documentos, falsidade informática e branqueamento de capitais.
No caso era também arguido Vitor Freitas, antigo bancário e amigo de Osvaldo Pires, uma vez que para as suas contas, terão sido passados 183 mil euros pelo então funcionário da Conservatória.
Vitor Freitas e a mulher, Ana Guadalupe Martins, foram acusados de branqueamento de capitais.
Na segunda sessão do julgamento, o antigo escriturário confessou ter desviado os cerca de 1,6 milhões de euros da Conservatória do Registo Predial de Viseu entre abril de 2006 e junho de 2012, apesar de na altura não ter dificuldades económicas.
Osvaldo Pires está também acusado de, entre junho de 2002 e setembro de 2004, ter retirado cerca de 204 mil euros do Cartório Notarial onde trabalhou antes de ir para a Conservatória, isto porque, nos livros daquele serviço, o total da soma era inferior ao montante efetivamente recebido.
No entanto, o arguido negou que ele, ou alguém a seu mando, tivesse escrito o produto da soma errado nos livros, explicando que também duas colegas estavam responsáveis pela contabilidade do Cartório.
Justificou os montantes elevados (por exemplo, de nove mil euros) que nesse período quer ele, quer a mulher, Maria Helena Pires, depositaram nas suas contas com o negócio da venda de aves, atividade que nunca foi declarada às Finanças.
Essa tinha também sido a explicação dada na sessão anterior por Maria Helena Pires, separada judicialmente de Osvaldo Pires (apesar de viverem na mesma casa), que está acusada de branqueamento de capitais.
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