O grupo industrial Cifial, que já foi detido por Ludgero Marques, antigo presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que o vendeu em 2012 à ECS Capital, está há pouco mais de dois anos nas mãos do conglomerado chinês Kinlong Hardware Products.
Desde outubro de 2019 que a Kinlong está à frente do grupo Cifial, que detém dois polos industriais em Portugal – um em Santa Maria da Feira, onde produz torneiras e acessórios de casa de banho, e outro em Santa Comba Dão, que se dedica ao fabrico de louça cerâmica sanitária.
Ontem, o grupo sediado na Feira anunciou que vai avançar com “um processo de restruturação industrial da Cifial Indústria Cerâmica S.A., em consequência do exponencial aumento dos custos do gás natural na ordem dos 400%”, tendo esta decisão sido “ontem comunicada pessoalmente pelo CEO da Cifial S.A., Luís Rodrigues, e afeta 41 trabalhadores do polo de Santa Comba Dão dos 300 colaboradores do grupo”, revela, em comunicado.
“Esta reestruturação tem vindo a ser ponderada desde há alguns anos e sucessivamente adiada pela administração.
Apesar de todos os esforços, não se torna possível manter a atividade na indústria cerâmica nos moldes atuais”, afirma Luís Rodrigues, que terá explicado aos trabalhadores que “o descontrolado aumento dos custos da energia, designadamente do gás natural, a rondar os 400%, e representando estes entre 30% a 40% dos custos de produção, torna esta atividade insustentável”.
Garantindo que a empresa “salvaguardará todos os direitos que assistem aos colaboradores abrangidos pelo processo de restruturação”, afiançou que “as ações agora implementadas visam robustecer o grupo Cifial, dotando-o da capacidade necessária para retomar a liderança do mercado nacional”.
O grupo chinês dono da Cifial opera em mais de uma centena de países e emprega cerca de 13 mil pessoas.
Fonte: Jornal de Negócios.
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