Os deputados do PSD eleitos pelo Círculo Eleitoral de Viseu percorreram, na passada segunda e terça-feira, o concelho de Viseu. Ao longo de dois dias, os quatro parlamentares estiveram em contacto com o setor social, com o qual ficaram “comovidos com o trabalho das pessoas, mas chocados com a realidade”.
Na segunda-feira, os deputados visitaram a empreitada que vai dar origem à nova sede da Associação de Solidariedade Social, Recreativa e Desportiva de Vila Chã de Sá. Uma obra apoiada pelo Programa PARES e pela Câmara Municipal de Viseu, sendo que “é um investimento importante para esta associação dado que vai ser bom para o desenvolvimento das suas atividades e intervenções, assim como vem enriquecer o concelho, principalmente na área da solidariedade social. É, sem dúvida, uma obra que deve deixar os viseenses contentes porque está a ser conseguida aqui em Vila Chã de Sá, no interior do país”, refere Hugo Carvalho.
Em contacto com a Ready To Help, os deputados puderam conhecer as iniciativas colocadas em prática por esta associação juvenil direcionada para o voluntariado e formação dos jovens de Viseu que já conta com mais de 200 voluntários. “No mundo inteiro, uma em cada sete pessoas pertence a uma rede de voluntariado, por isso o trabalho dinâmico dos jovens nestas associações tem um contributo precioso no desenvolvimento de várias áreas, como a social, em que ajudamos que mais precisa e estimulamos a responsabilidade social individual.”
Em visita às associações do setor social, o PSD reconhece que “tem de haver mais oportunidades para quem reside e trabalha no interior, mas também existem grandes falhas no setor social e que merecem a nossa atenção. No concelho de Viseu, em particular nestas associações que visitámos, conhecemos uma realidade que parece não interessar ao Estado Central e à Segurança Social”, disse Hugo Carvalho no decurso das visitas à Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Viseu e à Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Viseu.
O deputado do PSD refere que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem colocado de lado o investimento na área social, setor onde foram criadas expectativas e feitos projetos, mas que não se veem no terreno. “Temos associações a dar o seu melhor e a tratar da vida de pessoas em edifícios com condições desumanas que precisam de investimento e depois há dinheiro do PRR que é destinado mais rapidamente para reparar telhados de museus em Lisboa. Para Viseu veio do PRR o que se vê e, possivelmente, o PRR devia ter mesmo sido regionalizado conforme já referiu o Presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas.”
Em visitas a estas associações, os parlamentares encontraram edifícios em mau estado de conservação, com carência de várias intervenções de fundo, como, por exemplo, salas que têm inundações regulares, com presença de humidade e de térmitas que estão a destruir as estruturas dos edifícios. Segundo o parlamentar Guilherme Almeida, a Segurança Social tem equipamentos para desempenhar o seu trabalho e a sua missão social, que não devia deixar degradar, “especialmente aqueles em que é a sociedade civil de forma voluntária a cumprir a missão social do Estado”. Estas equipas, que “fazem um trabalho extraordinário com o que conseguem”, recebem respostas que “tudo se vai ver e resolver”, sendo que os problemas persistem e continuam sem resolução há vários anos.
“Só podemos estar chocados com a realidade do setor social em Viseu, que está nas mãos do voluntariado e dos dirigentes das associações que fazem um trabalho espetacular e que só precisavam que o Governo fizesse os mínimos, mas nem isso faz. Não devia ser tão difícil ajudar os outros”, acrescenta o deputado Hugo Carvalho.
Os deputados do PSD eleitos pelo Círculo Eleitoral de Viseu “prometem avançar com iniciativas parlamentares a respeito destes assuntos durante a sessão legislativa, que arranca esta sexta-feira”.
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