Mais de 30 directores e coordenadores de serviço do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) apresentaram demissão dessas funções esta segunda-feira contra a falta de recursos humanos e de investimento que limitam a resposta a dar aos utentes. Uma das situações mais graves está relacionada com a oncologia, serviço que ficará sem um médico a partir de Julho, o que limitará a aceitação de novos doentes.
A administração já reuniu com uma delegação dos médicos demissionários e garantiu que “irá trabalhar para que haja uma resolução das situações apontadas como geradoras de insatisfação”.
Na declaração entregue esta segunda-feira ao conselho de administração, os 33 directores e coordenadores de serviço apontam os principais problemas que os levaram a tomar esta decisão. Falam na degradação progressiva de vários serviços que consideram que “terá uma repercussão irreparável no tratamento e orientação de muitos doentes” que diariamente recorrem ao centro hospitalar, na “contínua ausência de uma política, regras ou orientação, que não seja o desesperado desinvestimento cego e desordenado, a todos os níveis, tecnológico e humano, levando a um descontentamento generalizado” e do desaparecimento da actividade do director clínico que neste caso acumula as funções de presidente do conselho de administração.
Recordando que a insatisfação já tinha sido anteriormente comunicada à administração e considerando que a curto prazo a resposta aos doentes se irá agravar, dizem não poder continuar a assistir “de forma passiva a esta degradação sem precedentes”. O que os levou a apresentar de “forma formal a suspensão imediata das nossas funções na direcção dos serviços”.
O CHTV, através do gabinete de comunicação, confirmou que o conselho de administração, presidido por Cílio Correia, recebeu uma carta “onde muitos directores de serviço e coordenadores mostram preocupação com assuntos relacionados com a dinâmica do hospital”. A mesma fonte adiantou que durante a tarde desta terça-feira a administração reuniu com uma delegação representante do grupo demissionário. Nesse encontro, a administração “demonstrou o seu empenho e irá trabalhar para que haja uma resolução das situações apontadas como geradoras de insatisfação”.
Público
Comente este artigo