O presidente da Câmara Municipal de Lamego disse hoje à agência Lusa que o recuo no desconfinamento era previsto tendo em conta os casos, mas disse esperar avançar na próxima avaliação como o resto do país.
“O índice registado pelo município, na última avaliação feita pela DGS [Direção-Geral da Saúde], coloca-nos duas semanas consecutivas acima do índice máximo registado o que nos obriga a marcar passo. Uma situação que, de alguma maneira, prevíamos”, assumiu Ângelo Moura.
Uma previsão que o autarca calculou “em função da evolução registada”, embora “esteja a haver uma evolução favorável, porque houve uma diminuição desde a última avaliação até esta, de 288 para 265” por cada 100 mil habitantes e, hoje, disse, “registam-se 62 casos ativos”.
O edil admitiu ainda que “este retrocesso terá consequências gravosas na vida económica do município, por causa das limitações no funcionamento da atividade de restauração e de hotelaria”, tendo em conta que Lamego “também é uma cidade de serviços e de turismo”.
“Temos uma atividade agrícola muito intensa que precisa dos seus canais de distribuição e a imposição de medidas restritivas à atividade económica tem consequências drásticas numa economia que, por si, já está muito alterada e por isso a Câmara tem de acompanhar e tentar apoiar no que for possível”, disse.
“Temos de cumprir com uma série de limitações impostas, mas temos esperança e fundadas expectativas de na próxima avaliação, dentro de uma semana, já podermos acompanhar o resto do país”, defendeu.
O autarca argumentou que “além desta evolução positiva há também o facto de, até ao próximo fim de semana, o concelho ter mais de 10 mil pessoas vacinadas, o que é muito bom, tendo em conta o universo de 26 mil habitantes”.
O autarca assumiu que “os focos estão identificados, mas a infeção está disseminada em toda a comunidade e nas famílias o que implica um trabalho acrescido de identificação de potenciais contágios”.
“Como consequência está um elevado número de lamecenses confinados, posso falar em largas centenas de pessoas confinadas em casa”, disse o autarca, referindo que “há um número relativamente elevado de turmas sem atividade letiva, por causa do confinamento, mas não há escolas fechadas” e “foi isso que levou aos números agora conhecidos”.
Ângelo Moura destacou as “ações de prevenção e de sensibilização” que o município “tem implementado e intensificado” insistiu no apelo ao “cumprimento rigoroso das regras básicas da DGS, assim como o dever cívico do recolhimento” por parte de “todos os cidadãos”.
Os concelhos de Arganil (distrito de Coimbra) e Lamego (distrito de Viseu) vão recuar no processo de desconfinamento, no âmbito da pandemia, anunciou hoje, em conferência de imprensa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, após a reunião semanal do Conselho de Ministros.
Estes dois municípios regridem para regras definidas em 19 de abril e o concelho de Resende (distrito de Viseu) mantém-se onde já estava na semana passada, no nível de desconfinamento equivalente às regras de 05 de abril.
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