O município de Viseu vai investir 130 mil euros na compra de ‘tablets’ para emprestar aos alunos do primeiro ciclo do ensino básico que não têm acesso a este tipo de equipamento ou à Internet.
Segundo a autarquia, o recurso à aprendizagem à distância face ao encerramento dos estabelecimentos de ensino, devido à covid-19, “trouxe à evidência uma série de constrangimentos”.
“Se é certo que o acesso à telescola está generalizado, o mesmo não se pode dizer em relação às plataformas pedagógicas utilizadas pelas escolas, seja pela falta de computador, seja pela impossibilidade de aceder à Internet, face à deficiente cobertura”, considera.
Neste âmbito, e com o objetivo de “colocar todas as crianças que frequentam o primeiro ciclo em pé de igualdade”, o município decidiu comprar 500 ‘tablets’, “numa parceria com a Altice, ao abrigo do programa Escola Remota, que já inclui conteúdos programáticos para o primeiro ciclo e pré-escolar e uma plataforma +Sucesso Escolar com aprendizagem remota, colaboração e partilha”.
“Depois de auscultados os cinco agrupamentos de escolas de Viseu, não podíamos ficar insensíveis às carências de muitas famílias. As nossas meninas e meninos têm que estar em pé de igualdade no acesso ao ensino à distância”, considera o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques.
Segundo o autarca, esta medida antecipa uma compra que já estava prevista no âmbito do programa municipal Viseu Educa para o início do ano letivo 2020/2021, “que visa dotar todas as 190 turmas do primeiro ciclo com dois ou três ‘tablets’ que, em complementaridade com os quadros interativos existentes em todas as salas de aula do concelho, permitirão uma melhor aprendizagem, maior sucesso educativo e a promoção da literacia digital”.
A autarquia tem também como objetivo ter todas as escolas de Viseu com rede Wi-Fi até ao início do ano letivo 2021/2022. Esta rede será de utilização exclusiva dos estabelecimentos de ensino durante o período escolar e aberta à comunidade aos fins de semana e fora do horário de funcionamento das escolas.
“Este esforço do município visa atenuar a grave lacuna existente no nosso país e, sobretudo, no nosso concelho, onde mais de um terço da população não tem cobertura digital por fibra ótica e a cobertura GSM é muito deficiente”, justifica Almeida Henriques.
O autarca lamenta que o Ministério da Educação não tenha tido esta realidade em consideração, uma vez que “avaliou a solução do problema aferindo o país pelo que se passa no litoral e nos grandes centros urbanos, não criando soluções de igualdade para os alunos do interior”.
“O município de Viseu assume as suas responsabilidades nos níveis de ensino que lhe estão atribuídos, esperando agora que o Estado central encontre soluções para os outros níveis de ensino”, acrescenta.
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