A Câmara Municipal de Tabuaço vai distribuir no início da próxima semana mais de 5.000 máscaras de pano feitas por voluntários e com matéria-prima cedida pelo município.
“Comprámos o tecido, o elástico e as linhas, e as máscaras estão a ser feitas por pessoas que estão afetas ao município e que, neste momento, não estavam a fazer quase nada, por causa das restrições, e ainda por associações e voluntários”, explicou José Carlos Silva, vice-presidente da autarquia.
O município investiu cerca de dois mil euros na matéria-prima, “sem contar horas de trabalho”, para confecionar “mais de 5.000 máscaras para distribuir por toda a população”, num concelho que, nos últimos censos, em 2011, registava mais de 6.000 pessoas, mas que, agora, “deve contar com menos habitantes, porque toda a gente sabe que a população diminuiu”.
“As máscaras são muito semelhantes. Arranjámos um molde e distribuímos pelas pessoas que estão a fazer as máscaras, mas também acaba por existir algum toque pessoal e algumas adaptaram ao seu gosto ou personalizaram”, contou.
Com o tecido 100% algodão e “seguindo as normas da Direção Geral da Saúde (DGS)”, estas máscaras têm “tecido duplo, são laváveis e com possibilidade de as pessoas poderem colocar um filtro” entre os tecidos.
“A ideia inicial era a de distribuir por famílias mais carenciadas e por pessoas mais debilitadas e de risco, mas estamos a pensar começar a distribuir por todas as pessoas ao mesmo tempo para não haver sentimentos discriminatórios”, contou José Carlos Silva.
No decorrer de uma semana, desde que foi lançado o projeto “Por trás da máscara”, a autarquia já tem em stock “mais de mil máscaras” e conta, até ao final desta semana, alcançar o objetivo que propôs aos voluntários que aceitaram o desafio, juntar mais de 5.000.
Entre os vários voluntários anónimos e associações que aceitaram o desafio está o Teatraço – Teatro Amador de Tabuaço, “porque se a câmara ajuda tanto o grupo de teatro, como faz com outras associações, porque não o teatro dar o seu cunho, a mão, para ajudar a câmara”.
“Acho que as pessoas vão usar estas máscaras, porque estão a ser feitas por toda a população e acho que toda a gente quer esta segurança que, por enquanto, ainda existe no concelho, uma vez que não se conhecem casos de pessoas infetadas”, contou um elemento do grupo.
Cláudia Martins contou à agência Lusa que – juntamente com mais meia dúzia de elementos do grupo, um deles, “a dona Mena, que já fez figurinos para o teatro”, e que a ensinou a costurar, entre a costura, o alinhavar e passar a ferro – “são feitas, em média, 90 a 100 máscaras por dia”.
“Parecemos uma autêntica linha de montagem com horários diferentes e só num dia já fizemos 112 máscaras, o que nos orgulha bastante”, acrescentou.
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