Uma semana de festejos marca o São João em Vildemoinhos, em Viseu, em mais um ano sem arraial, mas com o cumprimento da promessa dos cavalos na capela e com uma homenagem, no Rossio, a António Almeida Henriques.
“Este ano é muito mais que o cumprimento da promessa. Em 2021 voltamos a não poder levar à cidade os carros e grupos nas tradicionais Cavalhadas de Vildemoinhos, mas no grande dia, de São João, mantemos o cumprimento da promessa com os cavalos e a charrete a dar volta à capela de São João da Carreira”, disse a responsável pela comunicação da comissão das festas.
Anabela Abreu explicou à agência Lusa que, “no regresso da capela, vai haver uma paragem no Rossio [Praça da República] para prestar uma homenagem a Viseu Cidade Jardim e também ao doutor Almeida Henriques”, presidente da Câmara de Viseu que morreu em abril deste ano vítima de covid-19.
António Almeida Henriques “muito se orgulhava e gostava das Cavalhadas de Vildemoinhos e também por isso há no Rossio [no centro da cidade de Viseu] uma árvore vestida toda de branco em homenagem à cidade, mas também em homenagem e memória” do presidente do município, sublinhou.
Esta responsável referiu que “a ida à capela será nos mesmos moldes” da edição de 2020 das Cavalhadas de Vildmeoinhos, ou seja, vai ser transmitida nas páginas da Internet, através do Facebook e do Youtube, e haverá convidados a falar da tradição e do tema deste ano das festas.
A tradição dos cavalos prende-se com uma promessa que tem por base uma luta de água, “disputa essa que os moleiros de Vildemoinhos ganharam e, para agradecer a intervenção divina, ficou a promessa de todos os anos ir a São João da Carreira” dar três voltas à capela.
“Viseu Cidade Jardim” é o tema que a Câmara Municipal de Viseu lançou em janeiro para o ano de 2021 e, Vildemoinhos rebatizou o São João deste ano de “Vildemoinhos Aldeia Jardim” e, por isso, “tudo foi preparado neste sentido de ajardinar” os festejos do santo popular.
“No Rossio já está instalada, e vai ficar toda a semana, uma peça que foi construída para aquele espaço. É uma peça artística que tem nove metros de largura por três de altura, alusiva ao tema”, disse.
Além do Rossio, “há mais de 200 árvores desde a Rotunda Carlos Lopes até Vildmeoinhos e por toda a aldeia, que estão vestidas de rendas e flores, porque já que não se podiam colocar nos carros, por falta de desfile, então foram para as árvores”.
“Com a colaboração de milhares de pessoas que nos doaram as suas rendas, os seus crochés, os seus tecidos, as suas linhas, colocámos toda esta decoração na rua e, mais do que as rendas ou tecidos, é a história que lá está. Cada peça é uma história de quem as tinha, muitas estavam arrumadas em malas”, revelou.
Ainda assim, explicou Anabela Abreu, Vildemoinhos “não está só de árvores vestidas, está também cheia de cor e luz, apesar de não haver arraial, vai ser assim toda a semana, para que as pessoas possam visitar” a aldeia viseense que celebra, este ano, 369 Cavalhadas em dia de São João.
“Não queremos que as pessoas venham todas na noite de 23 ou a 24 de junho. Temos esplanadas para quem quiser comer sardinha, mas não há arraial, nem queima do pinheiro. Haverá uso obrigatório de máscara e o distanciamento obrigatório. Segurança acima de tudo, mas também queremos que nos visitem de dia ou de noite e têm uma semana para o fazer e para verem o quão orgulhosamente ‘trambelos’ nós somos”, desafiou.
Anabela Abreu disse que a aldeia “está toda ela bem festiva, com as casas e as ruas alusivas ao tema e ao São João”, e assim “tudo ficará, pelo menos, até ao próximo domingo, precisamente para evitar aglomerações” e, também por isso, a organização “apela ao máximo de responsabilidade e civismo” por parte de todos quantos visitem Vildmeoinhos.
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