A Câmara de Vouzela aprovou o pedido de um empréstimo bancário de 120 mil euros para recuperar acessos florestais, apontando a ausência de apoios do Estado e da União Europeia, anunciou a autarquia.
O ordenamento, a floresta e a agricultura é algo que deve preocupar a todos refere o autarca.
O presidente do município, lamentou o facto de “ter que utilizar estes recursos para este fim”, considerando que estes “deviam estar enquadrados no setor da agricultura e floresta”. Por outro lado, defendeu a existência de “mecanismos europeus e até nacionais para dar algum conforto às autarquias e juntas” de freguesia.
Da estratégia municipal faz parte a “proteção das manchas florestais ainda existentes” e a recuperação “dos caminhos da exploração da madeira, porque as pessoas ainda têm alguma vontade de voltar a plantar e de recuperar as suas áreas” florestais, salientou o autarca Rui Ladeira.
O presidente da câmara mostrou-se ainda preocupado com a “percentagem crescente de espécies inflamáveis que estão previstas no plano de ordenamento que existe para Vouzela.
No seu entender, “estas espécies têm um papel muito forte naquilo que é a propagação e descontrolo dos incêndios” e, por isso, não compreende como é que o “plano regional do Centro Litoral apresenta o risco de incêndio”.
Neste sentido, Rui Ladeira pergunta “onde estão os planos de ordenamento rural integrados com a parte urbana”, para logo de seguida responder que “não existem” e, por isso, considera que desta forma “não é possível ter uma estratégia de diminuição de risco de incêndio”.
Rui Ladeira teme que, “dentro de meia dúzia de anos, vai haver um problema similar”, tendo também em conta as alterações climáticas e lamenta ainda que “a madeira que está na floresta, nomeadamente o pinho, ainda não tenha sido retirada das florestas”.
Relativamente às habitações afetadas pelos incêndios de 2017, o presidente da câmara revelou que das 38 atingidas, ficam a faltar 11, com entrega prevista “no decorrer dos próximos dois meses”.
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