Os vereadores do PS na Câmara de Viseu apresentaram uma proposta para a revitalização do Rio Pavia, que foi chumbada pela maioria social-democrata, com o argumento de que era “um conjunto de banalidades e lugares comuns”.
Segundo os vereadores do PS, o documento de 15 páginas faz um diagnóstico ao Rio Pavia, apontando os seus problemas ao nível do caudal, da qualidade da água, em termos ecológicos e da sua envolvente urbana, e depois indica “ações muito concretas para o troço urbano que atravessa a cidade”.
“O Rio Pavia tem que sofrer uma revitalização, quer ao nível da qualidade e quantidade da água, quer ao nível ecológico, porque é um rio sem vida”, disse aos jornalistas o socialista Pedro Baila Antunes, no final da reunião da Câmara.
Segundo o vereador, “a cidade tem que se aproximar do rio, porque os viseenses sentem algum pudor” relativamente a ele.
“Tem que haver obras de regularização do caudal e muitas intervenções – muitas delas nem têm custo muito significativo – para melhorar a qualidade da água do Rio Pavia”, frisou.
Pedro Baila Antunes disse que, sem surpresas e “sem grandes argumentações”, a proposta foi chumbada pelo executivo.
O presidente da autarquia, Almeida Henriques, referiu aos jornalistas que aquilo que os vereadores do PS apresentaram foi “um conjunto de banalidades e lugares comuns sobre o Rio Pavia”, junto com “a afirmação de que não estavam de acordo com a estratégia do executivo”.
Almeida Henriques lembrou que a Câmara de Viseu vai candidatar a fundos comunitários um projeto que visa reaproveitar a água saída da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Viseu Sul para a indústria, agricultura, prevenção de incêndios, regas de jardins, limpezas de ruas e reforço do caudal do Rio Pavia.
“Este é claramente um projeto estruturante. Uma candidatura de seis milhões de euros”, frisou, acrescentando que toda a gente sabe que “o Rio Pavia é estruturalmente um problema”, sobretudo devido ao reduzido caudal.
No seu entender, o PS quis “desvirtuar o que é um trabalho de mais de três anos” do executivo e que engloba vários estudos.
“Se estão em desacordo com algo que nós andamos a desenvolver há três anos, com equipas técnicas profissionalizadas, com um grande envolvimento dos SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento) e de várias entidades”, o voto só poderia ser contra a proposta, justificou.
Na reunião de Câmara de hoje, foi aprovada a transferência de competências para a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões nas áreas da educação, justiça, proteção civil, promoção turística, captação de investimento e fundos europeus e saúde.
“Há uma grande evolução no trabalho com a CIM e há um conjunto de matérias que passam a estar aprovadas”, frisou Almeida Henriques.
No que respeita à transferência de competências para o município, o executivo rejeitou a área da educação, mas mostrou-se disponível para a assumir no ano letivo de 2020/2021.
“Para já, não aceitamos a competência, mas manifestamos disponibilidade para a vir a aceitar”, justificou.
Foi também rejeitada a transferência de competências nas áreas das praias fluviais e vias navegáveis, estradas, jogos de fortuna e azar, justiça e bombeiros, acrescentou.
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